sexta-feira, 26 de abril de 2013

A casa de Shakespeare!

No último fim-de-semana fomos a Stratford-upon-Avon, uma pequena bela cidade bem no centro de Inglaterra.

Pormenor de um barco atracado no centro de Stratford-upon-Avon
E o momento não podia ter sido melhor! Celebrou-se nesse fim-de-semana o dia nacional de Inglaterra, o St. George's Day. Visto não ser feriado, este dia celebra-se no fim-de-semana mais próximo, que coincidiu com o passado fim-de-semana. Ora, acrescido a isso tivemos ainda a celebração do filho mais famoso desta terra tão britânica: William Shakespeare!

Estátuas de Hamlet, em primeiro plano, e de Shakespeare, atrás
O nome máximo da literatura inglesa nasceu, viveu e morreu em Stratford-upon-Avon. O dia de celebração anual de Shakespeare coincide com o dia nacional de Inglaterra, 23 de Abril. Precisamente a data da sua morte, em 1616. Pois então, que sítio melhor haveria para estar neste fim-de-semana?

Uma "praia" à britânica
Stratford-upon-Avon é uma cidade bem compacta cruzada, como o próprio nome diz, pelo rio Avon. Desenganem-se, porém, se pensam que isto é meramente uma cidade para turista ver. Naturalmente estava engalanada para o momento, mas não é a típica cidade de lojas de bugigangas "porta-sim, porta-não". É uma cidade com vida própria, perto de grandes centros (Oxford é a menos de uma hora, Birmingham, a segunda cidade do Reino Unido, é ainda mais perto), genuína.

Royal Shakespeare Theatre
Uma das ruas comerciais
Mas Shakespeare é sem dúvida o "alfa e o ómega" desta cidade. As grandes atracções são precisamente as propriedades que lhe pertenceram (e à família directa), bem como a Igreja onde foi baptizado, possivelmente casou e onde está ainda hoje sepultado, junto aos seus.

A Holy Trinity Church, onde Shakespeare foi baptizado, terá casado e está sepultado
O altar-mor, onde está sepultado Shakespeare e família directa
A sepultura de Shakespeare
As propriedades (seis) de Shakespeare estão bem mantidas e geridas, pelo menos exteriormente. Não podemos comentar por dentro, pois infelizmente não fomos a nenhuma. Isto porque soubemos tarde demais que o bilhete para visitar as casas é único: não se pode visitar uma casa isoladamente. Daí, achamos que não ia ser dinheiro bem empregue dado o pouco tempo que tínhamos. No entanto, este bilhete tem a vantagem de ser válido por 12 meses, para todas as casas e de permite visitas ilimitadas. É natural que também seja pessoal e intransmissível, mas não confirmamos.

A casa onde Shakespeare nasceu
A casa onde Shakespeare viveu os seus últimos anos
A quinta onde viveu a esposa de Shakespeare, Anne Hathaway, enquanto solteira
O tempo ajudou bastante e vimos a cidade repleta de gente e animação. É mais uma descoberta no Reino Unido (para nós, claro!), que recomendamos vivamente. Esperamos voltar!

O mercado tradicional, junto ao rio
Uma banda em cortejo, nos festejos oficiais
O rio Avon
O relógio-torre de Stratford-upon-Avon

terça-feira, 16 de abril de 2013

A costa de Norfolk

No passado fim-de-semana parece que meio Portugal foi "tirar as teias-de-aranha" à praia, após meses de tempo inclemente. E nós não quisemos ficar atrás!!

Apesar de nos últimos meses o tempo por cá ter sido bastante bonzinho (nada comparado ao horror de 2012), não esteve particularmente "quente". E continua a não estar. Mas o solzinho de Primavera convidou a conhecer a zona costeira mais próxima de March: a costa de Norfolk.

As praias de Norfolk, com destaque para Brancaster. March está também assinalado (fonte: tournorfolk.co.uk)
Fomos à praia de Brancaster que, segundo havíamos lido, era um extenso e fino areal, convidativo a um belo passeio a pé. E não era publicidade enganosa!


A praia de Brancaster
Claro que o tempo estava mais para fato de esquimó do que de banho, mas neste país há sempre "crentes". E que são convertidos logo em bem tenra idade!
Mamãs a voltar de levar as meninas a tomar banho...
Uma particularidade desta praia é que ela com frequência "deixa de existir": em maré alta, o areal é engolido pelo mar até bem acima do parque de estacionamento! Nem mesmo as vastas dunas o impedem...
O fim da praia. Reparem que a areia está cheia de conchas e algas, indicadores da presença do mar
O aviso não engana: isto acontece mais de vez em quando do que de quando em vez...
É, portanto, uma praia "molhada" e não o estereótipo "tuga" de praia "papo para o ar e torrar". Óptima para uma corrida ou um passeio com os cães (que são bem-vindos nesta praia).




Anexo à praia temos um clube de golfe com quase 6 km (!) de comprimento, o Royal West Norfolk Golf Club.

O Royal West Norfolk Golf Club
Sem dúvida esta costa é um óptimo motivo de passeio e uma boa surpresa! Contudo, comparando com a costa do Sul de Gales, esta "não chega lá". Mas dá para enganar a saudade e sonhar com a "nossa" praia: com Nortada, mas orgulhosamente "nossa"!
 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cambridge

Depois de ir a Oxford, o passo natural é visitar Cambridge. Oxford e Cambridge são uma espécie de "Dupond e Dupont" do ensino superior britânico: quando se fala duma, pensa-se também na outra.

St. John's College
Felizmente, moramos bem perto de Cambridge pois, sem sombra de dúvidas, é uma pequena maravilha em plena Inglaterra rural.

Vista a partir da Magdalene Bridge
Esta é uma universidade contemporânea de Oxford e bebe das mesmas influências organizacionais e arquitectónicas. Tem cerca de 18000 alunos (em comparação com os 22000 de Oxford e os 30000 da... Universidade do Porto! Dá que pensar...).

Entrada principal do King's College
Interior da capela do King's College, finalizada em plena dinastia Tudor (século XVI)
Nem só de universidade vive Cambridge. Esta é também uma tradicional "cidade-mercado" junto ao rio Cam, com a tradicional praça central à britânica (equivalente à típica Plaza Mayor em qualquer terra de Espanha). Há sempre muita, muita gente pelas ruas e, claro, muitas bicicletas.

Junção da St. Mary Street com a Trinity Street, bem no centro
Praça do mercado (Market Square)
É difícil dizer de qual se gosta mais, é como o velho dilema do Marco Paulo. Mas há certos pormenores deliciosos que desequilibram a balança a favor de Cambridge, a nosso ver. Por exemplo, as"gôndolas" à moda de Cambridge a circundar os colégios imperialmente plantados no verde são uma imagem difícil de esquecer. Também existem embarcações deste tipo em Oxford, mas é uma imagem muito menos característica por lá.

Os "gondoleiros" de Cambridge junto ao King's College
Outra vista dos "gondoleiros", com o King's College ao fundo (a capela está ao centro). Fonte: Wikipedia
Cambridge tem um je ne sais quoi , uma autenticidade que irradia por todos os poros. É sem dúvida de local de paragem obrigatório aquando de uma visita a Inglaterra!

Magdalene's College
Uma curiosidade para terminar. Falei no outro dia de cidades com o mesmo nome deste lado e do outro do Atlântico. Pois também existe Cambridge nos Estados Unidos, no Massachusetts. O nome foi atribuído em homenagem à boa velha Universidade de Cambridge. Como se não bastasse, Cambridge (Massachusetts) é casa de duas das maiores universidades do Mundo: a universidade de Harvard (assim denominada em honra de John Harvard, inglês, ele próprio antigo aluno da Universidade de Cambridge) e o Massachusetts Institute of Technology (mais conhecido por MIT). Costuma-se dizer que as camisolas não ganham jogos sozinhas, mas quando o nome que nelas está impresso é Cambridge, parece que sim!