Hoje,
O Meu Lado Solar volta ao registo informativo. Este
post é sobre seguro automóvel e é baseado nossa experiência por cá. Esperemos que ajude quem está a dar os primeiros passos no Reino Unido e que dê aos leitores no nosso Portugal uma ideia das diferenças que se podem encontrar!
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Fonte: andinaseguros.com.br |
Durante a novela da legalização do carro que vos descrevemos
aqui, tocamos ao de leve na questão do seguro automóvel (vamos chamar-lhe assim por enquanto!). Este é outro assunto muito particular do Reino Unido (pelo menos, por comparação com Portugal).
Tal
como muitas outras coisas, o seguro automóvel é um mercado super
competitivo e em que temos à disposição um arsenal de sites de
"comparação" (por exemplo,
MoneySupermarket,
Confused.com). Nestes sites colocamos toda a informação necessária à
cotação do seguro e o motor de busca encaminha-nos para as cotações
mais baratas, indicando-nos todos os detalhes de cobertura das mesmas.
Com um clique, somos encaminhados para o site da seguradora e é
praticamente "chave na mão": estipula-se o método de pagamento e
recebemos no e-mail a apólice de seguro. Sim, no e-mail! Aqui não é
necessário uma "carta verde" física, pois a polícia aqui anda bem
artilhada com ferramentas informáticas que lhes permite ver na rua, na
hora, se determinada matrícula está legal (tem seguro válido, impostos
pagos, inspecção obrigatória, ...).
Tendo dito isto, está bom de ver que
quando o seguro está em vias de
expirar (e ser renovado automaticamente por mais um ano), é uma corrida aos sites para
procurar um novo seguro/segurador mais vantajoso. Não se vislumbra que
isto possa acontecer em Portugal, pois a parte menos interessada é a
própria indústria seguradora! Quanto mais as pessoas se acomodarem ao
que tem, não haja ferramentas acessíveis para que as pessoas possam
considerar mudar e não se vislumbre um Regulador que possa "agitar" a
concorrência, "tudo vai bem no Reino das Seguradoras"...
Regra
geral, fazer um seguro no Reino Unido é mais caro que em Portugal, mas
há uma enormidade de factores que influenciam o preço final da apólice e
que o podem tornar mais ou menos atractivo. Como em todos os seguros,
estes factores influenciam o preço final com base numa chamada percepção
de "risco": profissão do condutor, meio envolvente, tipo de utilização
prevista... Por exemplo, mudar a localização onde deixamos o carro
durante a noite de "lugar aberto à frente de casa" para "garagem
fechada" pode fazer uma grande diferença... diferença que varia conforme
a cidade (em March esta diferença é menor que em Londres, por exemplo).
Por falar em Londres, fazer seguro por lá pode tornar-se de tal forma
caro que há muita gente que "arrisca" colocar a morada de um
amigo/familiar na apólice para reduzir o prémio de seguro. No caso de
novos condutores em cidades como Londres, o prémio de seguro é de tal
forma elevado que está agora em vias de ser "oferecido" por seguradoras
um seguro mais barato quando os condutores aceitam a colocação de uma
"caixa negra" no carro. Esta caixa negra é uma espécie de "Big Brother":
regista percursos efectuados (em que zonas), travagens e acelerações
bruscas, velocidades médias, ... as seguradoras alegam que o condutor é
duplamente favorecido por isto: para além de ter um seguro mais barato
naquele ano, aumenta muito o potencial de redução do prémio de seguro
nos anos seguintes. Se for bom condutor, claro! Numa perspectiva
benevolente, pode-se dizer que isto é interessante... mas é realmente um caminho muito perigoso (em nossa opinião). Felizmente, muito poucos condutores têm aderido a esta "inovação".
No
entanto, a diferença fundamental entre Reino Unido e Portugal em
relação ao seguro automóvel é que por aqui o seguro é, na verdade, ao
condutor! Explicando, quando temos um novo carro é preciso actualizar a apólice para o incluir e não fazer uma nova apólice para esse novo carro. Como a apólice é focada no condutor, é também determinado qual é o uso a dar ao veículo: se é para uso esporádico, para viagens casa-trabalho-casa, se é para uso profissional... esta parte não é diferente de Portugal. O que já não é vulgar é que muitas empresas só pagam despesas de deslocação a colaboradores, inclusivamente quando usando carros da empresa, que tenham activado na sua apólice a opção de uso profissional (
Business use)!
É mais um caso de "excesso regulatório", dizemos nós, mas é disto mesmo que este país é feito. Orgulhosamente, garantimo-vos!