sábado, 30 de junho de 2012

Tafwyl: a celebração da língua galesa

Por ocasião da Tafwyl, a celebração anual da língua galesa em Cardiff, voltamos a um tema já abordado aqui: o galês.

O galês, a língua própria do País de Gales, quer estar de novo na moda e sem dúvida está em crescimento! Isto deve-se em grande parte a políticas implementadas nas últimas décadas, tais como a obrigatoriedade do ensino do galês (ou mesmo do ensino EM galês em muitas escolas) até ao 12º ano! A vontade em preservar e, mais ainda, fazer crescer a língua da "terra dos meus pais" (como é intitulado o hino nacional de Gales) em Cardiff manifesta-se no evento anual Tafwyl, integrado este ano pela primeira vez no Festival de Cardiff (mais pormenores sobre este festival nas próximas semanas!).

Desde 2005 que este evento de uma semana é organizado em Cardiff, cidade onde o inglês sempre foi predominante. O ponto alto é uma feira que, dado o seu forte crescimento, decorreu pela primeira vez nos jardins do castelo de Cardiff.

Ao contrário do Joust!, de que falamos há poucos dias, a vertente comercial existia mas não predominava. Abundavam as actividades lúdicas para miúdos mas também demonstrações culinárias para graúdos, pequenos cursos introdutórios de galês, sessões literárias e de autógrafos, teatro de rua, dois espaços musicais com artistas galeses entre muitos outros pontos de interesse.

6. Prysurdeb Maes Tafwyl, Caerdydd 2012

5. Castell Caerdydd, Tafwyl, 2012

4. Colorama - Tafwyl, Caerdydd, 2012
Fotos retiradas do Flickr de Rhisiart Hincks
O evento estava bem organizado e o espaço foi muito bem escolhido! O "problema" para nós foi... a língua oficial do evento! Até nos bares se comunicava com os funcionários em galês! O lema do evento era "Inglês não entra" (a não ser para não britânicos, como nós, naturalmente). É um pouco estranho mas até é divertido, até porque estamos habituados a ver a maior parte daquelas pessoas falar inglês como nativos no dia-a-dia e, de repente, passam a falar uma língua estranhíssima e aparentemente incompreensível!

Se querem mais alguns exemplos, vejam esta estação de comboios no norte de Gales.

A parte a branco da placa diz-nos como deve ser lido... (fonte: Wikipedia)
E uma ajudinha para a pronúncia da mesma estação, caso precisem!


Ajudou? ;) Este é um caso extremo, é certo, mas só existe porque a língua o permite!

Para quem estiver à vontade com o inglês, recomendamos este vídeo de um rapaz a mostrar como é engraçada esta ambivalência inglês/galês!


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Força, Portugal!


Hoje é dia de unir as nossas gargantas e gritar: FORÇA, PORTUGAL!!!

A receita é simples: entrar sem  medo no jogo e mostrar aos nuestros hermanos que somos melhores! Eles podem ter o Torres (mas a jogar como tem jogado nem se dá conta que ele existe...) mas nós temos o Ronaldo, o Pepe, o Coentrão, etc...enfim, somos muitos e vamos dar-lhes muita, muita luta!! E reescrever a história!!

Estamos todos contigo, Portugal!!

ACTUALIZAÇÃO:
Sim, estamos mesmo de parabéns!! Portugal está de parabéns pela motivação, esforço e empenho demonstrado!! Mas será que não podíamos aproveitar esta união em volta da selecção e a estende-la a outros campos?
 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O regresso ao tempo medieval em Cardiff!

O Joust!, que decorreu no passado fim-de-semana, é um evento anual organizado pelo Castelo de Cardiff que celebra os tempos medievais.

O Joust! 2012 em Cardiff
Muito ao jeito das feiras medievais que se multiplicaram como cogumelos por esse Portugal fora, aqui também há torneios de cavalo, lutas de cavaleiros, ferreiros, cirurgiões (carniceiros é a palavra mais adequada), sapateiros, contadores de estórias e, como não podia deixar de ser, porco no espeto!

Esta feira não tem, no entanto, a mesma vertente comercial das feiras portuguesas (não havia barraquinhas de venda de bijuteria, artesanato nem mesmo de comida, para além do porco no espeto e do bar fixo do castelo). O forte deste evento é mesmo a multiplicidade de eventos que são proporcionados ao longo do dia no jardim central do castelo e a possibilidade de interacção com os "artistas" medievais. Neste particular, o barbeiro que se tornou cirurgião foi particularmente incansável, sempre pronto a demonstrar (com muito humor à mistura) a sua arte e os seus métodos e utensílios.


Para quem, como nós, já foi a várias (e boas) feiras medievais, esta deixa um pouco a desejar. Este evento está demasiado talhado para as crianças, logo, para famílias com filhos, o que nos deixou com pouco para fazer em algumas partes do dia. Ainda assim, é sem dúvida uma excelente opção para um dia fora (desde que o tempo ajude!), pois o local dificilmente poderia ser mais genuíno e é sempre divertido estar envolvido num ambiente bem diferente do nosso quotidiano!
 

terça-feira, 19 de junho de 2012

A nossa visita ao Festival de Llandaff

No mês passado falamos sobre a Catedral de Llandaff e do seu festival aqui. O festival decorreu entre os dias 9 e 17 de Junho e nós fomos lá "dar um saltinho" em duas ocasiões distintas. A primeira, um concerto de um trio de jazz, que apesar de ter uma composição bastante jovem, sabia muito bem o que fazia! Aqui ficam algumas fotos. 

Pormenor dos instrumentos antes do concerto no interior da Catedral de Llandaff

Os músicos no fim de uma das suas actuações
O agradecimento ao público no final do concerto

O outro evento foi um recital de piano de um pianista britânico (Matthew Drinkwater) em fase de ascensão e aperfeiçoamento, e cujo talento é inegável aos olhos de qualquer pessoa. Se quiserem saber mais e deliciarem-se com um áudio de uma das suas actuações, vejam o seu site. Aqui ficam também algumas fotos.

O pormenor do piano no interior da Catedral de Llandaff
O pianista no final de uma das suas actuações 




A forma como o som se perpetua ao longo da Catedral torna estes eventos ainda mais especiais! Sem dúvida, este festival é uma pequena maravilha escondida do grande público e que recomendamos a todos!
 

sábado, 16 de junho de 2012

Os pubs: uma paragem obrigatória!

Aproveitando o facto da nossa Selecção estar em acção por estes dias, vamo-vos falar dum dos ex libris do Reino Unido: os "pubs". Os pubs, por aqui, são como se diz numa publicidade em Portugal: podia-se viver sem eles, mas não era a mesma coisa!

O Juno Lounge, bem pertinho do Roath Park
Em Portugal estamos habituados a vê-los como bares irlandeses com decoração rústica onde se bebe uma boa Guinness (ou uma Super Bock, claro!) enquanto se ouve música céltica/folk ou se vê um jogo da bola. Pelo menos no Norte de Portugal, no Algarve a realidade é diferente...

Por cá, a disseminação destes bares é de tal ordem que é até difícil escolher onde ir! Não vamos fazer nenhuma análise sociológica do fenómeno e da importância que estes espaços têm para o pessoal de cá, vamos apenas falar-vos um pouco de como são e como funcionam. Regra geral, os sítios são muito agradáveis, com muito bom ambiente mesmo em alturas de "pico" (no País de Gales são mesmo os jogos de rugby, nem que sejam amigáveis, esqueçam lá o Euro 2012!).

Infelizmente, a grande parte dos pubs pertence a uma ou duas cadeias, o que torna tudo um pouco mais industrial (principalmente a comida, que quase sempre é mais do mesmo...mas que fazer, o cliente é quem manda!). Mas há sempre sítios muito arranjadinhos e personalizados a uma breve caminhada de distância, onde podemos, para além de beber uma geladinha e ver rugby ou futebol num dos milhentos ecrãs espalhados pelo espaço, navegar na Internet e jogar jogos familiares (monopólio, scrabble, 4 em linha, ...) gratuitamente, jogar uma bilharada ou simplesmente recostarmo-nos no sofá e ouvir um pouco de música ao vivo (vários dias por semana encontram-se destes eventos e, regra geral, não se paga entrada).

Pormenor do interior do Pear Tree, também nos arredores do Roath Park
Um dos nossos pubs preferidos é bem no centro da "noite" de Cardiff: o Prince of Wales. Este pub é um reaproveitamento de um antigo teatro (que fechou portas como tal em 1946), o que torna este espaço particularmente peculiar.

Pormenor do interior do Prince of Wales: o antigo palco
Tem dois pisos e no de cima ainda se encontram os restícios de uma outra vida do espaço.

A cortina do palco e os camarotes no Prince of Wales. A estrutura metálica é para o projector.
A plateia, no topo dos dois pisos do Prince of Wales.
Definitivamente, um local de passagem obrigatório! Apenas uma nota: é melhor ir lá de Domingo a Quinta, pois Sexta e Sábado a área circundante torna-se o "belo" espectáculo que reportamos aqui e aqui ...

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido: Parte 2

O post de hoje é dedicado a um assunto que já abordamos aqui, uma vez que hoje tivemos a nossa segunda experiência com o NHS (National Health Service).

O espaço de tempo entre colher as análises e o ter novamente consulta foi de um mês. Nada a dizer, pois eram análises de rotina e sem qualquer tipo de urgência.

Hoje, quando fomos à consulta, a médica perguntou-me qual era o motivo da consulta. Expliquei-lhe que tinha feito análises (que ela tinha marcado) e que queria saber os resultados. Ora bem, sem olhar para mim, respondeu que estava tudo bem. Como esta resposta era insuficiente para mim, perguntei-lhe em pormenor o que pretendia saber. Respondeu-me sem tirar os olhos do computador. Entretanto, disse-lhe que não percebia o porquê de um dos valores que estava a ler, pois era suposto ele estar diferente. Respondeu que também não sabia e que me ia encaminhar para uma consulta da especialidade no hospital. Também me aconselhou a continuar a tomar a medicação que costumo fazer. Sem me perguntar mais nada, passou-me uma receita e disse que me podia ir embora. Claro está que a consulta demorou cerca de 8 minutos!!

Pois é, ou a médica estava num dia não (tem o seu direito, claro) ou então a nossa primeira impressão estava errada e a simpatia esfumou-se...no entanto, o facto de ter passado uma receita sem sequer ter perguntado qual a dosagem que costumo fazer da medicação em causa, mostra falta de profissionalismo e isso não é desculpável com um mau dia (pelo menos para mim não é!).

A imagem de eficiência do NHS desvaneceu-se bastante e a realidade diz-nos que Portugal não está assim tão mal servido em termos de cuidados de saúde (por comparação, claro!). Não são os países ou os idiomas que fazem a diferença, são as pessoas! Bons e maus profissionais existem em qualquer sítio do mundo e em qualquer profissão!
 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Techniquest: o Visionarium cá do sítio

O Techniquest é um museu de ciência "mão-na-massa" localizado bem junto ao Atlântico, na baía de Cardiff.

Techniquest (retirado de http://gb.fotolibra.com)

Há algum tempo que considerávamos uma visita a este espaço, mas sinceramente nunca nos despertou verdadeiramente o interesse, pois já conhecíamos o conceito (o Visionarium, na Feira, e o Ciência Viva, em Lisboa, são parecidos).

Uma vantagem imediata do Techniquest em relação aos museus tugas do género é a brilhante localização (OK, o Ciência Viva é no Parque das Nações e está super bem localizado também, mas são opiniões). O mesmo não se pode dizer do edifício em si: tem um formato vulgar, passava bem por um armazém.

O museu tem muito que explorar ao longo de um dia de visita. São cerca de 120 pontos de interesse dispersos por três andares, que abrangem diversos campos da ciência e da educação/cultura (pois está muito direccionado para visitas de escolas ou de crianças em idade escolar ou pré-escolar).

Vista do segundo andar
Uma colónia de 4000 formigas em plena actividade
Alguns pontos de interesse (em primeiro plano, enigmas de tangrams)

O Techniquest tem ainda um planetário (com várias exibições diárias) e um espaço de exposições temporárias. Contudo, o acesso ao planetário tem um custo adicional além do bilhete normal.

Este museu, ao contrário de grande parte dos museus em Cardiff, não é de acesso gratuito e o preço por adulto é de 7 libras (8.50 euros aproximadamente). Uma visita ao planetário acresce o bilhete em 1.30 libras (1.60 euros). Na nossa opinião, o preço é um pouco exagerado face ao que é oferecido. Não sabemos estimar os custos de funcionamento de um espaço destes, mas dado o custo de manter material que é "espremido" diariamente por tanta gente (principalmente crianças) e o elevado número de funcionários (normal nos museus do País de Gales) admitimos que seja necessário um valor de bilhete tão caro. Na nossa perspectiva de visitantes, talvez 5 libras por adulto fosse um valor mais ajustado para o que o museu "vale", mas isto é uma suposição sem fundamento, baseada no nosso histórico de visitas a museus.

Foi um belo dia fora, dado que saímos faltava um pouco menos de meia hora para o fecho e já se ouvia nos sistema sonoro que o espaço ia fechar daí a pouco... o passo seguinte foi seguramente começar a "rondar" os visitantes para os "escorraçar" pois, como dissemos aqui há uns tempos, horários são horários...Típico!
 

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Jubileu de Diamante da Rainha Isabel II

A Rainha Isabel II, actual Rainha (mais precisamente, monarca constitucional e chefe de Estado) do Reino Unido e da Commonwealth, celebrou neste ano de 2012 60 anos de reinado (bodas de diamante).

Apesar de ter sido nomeada Rainha após a morte do seu pai, rei Jorge VI (recentemente trazido para a ribalta com o filme O Discurso do Rei), a 6 de Fevereiro de 1952, só um ano mais tarde (em 2 de Junho de 1953) foi oficialmente coroada. Foi neste ultimo fim-de-semana (alargado, com dois feriados) que as comemorações tomaram a sua expressão máxima.


Esta senhora é, sem qualquer dúvida, um símbolo de poder e é o elo de ligação de uma Nação constituída por países carregados de divisões (internas e entre si).

É, portanto, natural que esta data seja celebrada tão fervorosamente por (quase) toda a gente, independentemente do seu interesse/apego à monarquia. Desde que chegamos ao Reino Unido que ouvimos falar do Jubileu da Rainha. Ah, e todo o tipo de merchandising que possam imaginar está por todos os cantos e esquinas: canecas e pratos com a cara de Sua Majestade e de outros membros da Família Real, guardanapos, canetas, bandeiras... se não acreditam, vejam aqui.

Cardiff não passou ao lado das comemorações oficiais, como podem ver aqui, onde se descreve como decorreu o "Grande Almoço" (Big Lunch) nas ruas da nossa cidade no Domingo passado (à chuva, bem se vê...).

Nós, apesar de apanhados nesta "onda de festejos", estamos um pouco à margem de tudo isto, pois pouco ou mesmo nada tem a ver connosco. Ainda assim, durante a missa do passado Domingo fomos apanhados de surpresa quando o padre fez uma oração em honra de Sua Majestade e posteriormente tocou-se (e cantou-se) o hino nacional do Reino Unido (God save the Queen). Obviamente que respeitamos os seus símbolos, sentimentos e festejos (até porque estamos no país deles!), mas não deixamos de considerar tudo isto um bocado exagerado...

Mesmo assim, aqui fica a nossa homenagem a Sua Majestade e votos de muita saúde, para que continue a reinar por mais alguns anos (e bater o recorde da Rainha Vitória, quem sabe!).