quarta-feira, 24 de julho de 2013

Afinal também há Verão no Reino Unido!

Não é novidade para ninguém que o tempo característico do Reino Unido é o céu cinzento durante boa parte do ano. E frequentemente acompanhado de chuva e do nosso mais fiel amigo: o guarda-chuva. Mas nós somos casos raros pois a maioria das pessoas, de tão habituada que está à presença da chuva, anda literalmente à chuva e não parece preocupa-se muito com isso!


Poucos se importam com a chuva no Reino Unido... (fonte: eduluz.worldpress.co)

No ano passado, quando entramos na Primavera, começamos a pensar em passear e conhecer alguns sítios que dos quais nos falaram muito bem e que ficavam relativamente perto de nós (naquela altura a morar em Cardiff). Ora animados pela perspectiva de melhoria do tempo, decidimos marcar um fim-de-semana para passear nas praias do sul do País de Galês, das quais falamos aqui.

Depressa a animação deu lugar à raiva e frustração pois choveu durante os 3 dias do nosso fim-de-semana alargado!! É certo que fomos na mesma conhecer essas praias, assim pelo menos ficamos a saber onde são e que este país também tem boas praias. O problema é só este tempo de "lixo" que nos impede de usufruir delas!


Praias de Gales (no Gower e em Swansea)

No entanto, ao contrário do ano passado em que o Verão passou completamente ao lado do Reino Unido, este ano o Sol tem marcado a sua presença praticamente todos os dias desde meados de Junho! Tem sido um Verão e tanto, até para os padrões portugueses! Até já fomos à praia (e com Sol)! Não tomamos banho é certo, porque também não estava assim tão quente para isso! Mas matar saudades de passear na areia, sentir o cheiro do mar e o Sol a bater-nos na cara é algo que é difícil se que conseguir por estes lados (e quase nos fez sentir em Portugal!).


Clacton-on-Sea, Essex, Inglaterra

Portanto viva o Verão do Reino Unido! Deixamos um conselho que aprendemos para "dias de praia" no Reino Unido: nada de fazer planos antecipados, marcando férias a contar ir à praia por estes lados. O melhor que têm a fazer é: acordar de manhã, olhar pela janela e constatar que está Sol logo "bora" para a praia! E rápido antes que mude!

Ir à praia no Reino Unido ainda não é a mesma coisa...mas estamos a fazer progressos!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Centro de Saúde Online

Há poucos dias recebemos no nosso e-mail (e aposto que muitos de vós também) uma mensagem do Ministério da Saúde sobre o Portal do Utente.

Esta plataforma pretende agregar dados sobre o nosso histórico médico, de forma a ser mais fácil o seu cruzamento entre instituições de saúde. Também permite coisas úteis, como a marcação de consultas no nosso centro de saúde, pedidos de repetição de medicação crónica e a definição de contactos de emergência.

Pois bem, já não foi a primeira vez que fomos confrontados com este tipo de plataforma. A uma escala local, o nosso centro de saúde (GP surgery) já implementou este sistema! Aquando do nosso registo, foi-nos dado um par "número de utilizador+senha" que nos permite aceder ao portal do centro de saúde. Lá podemos interagir com o centro de saúde de várias formas: para marcar consultas, renovar medicação já prescrita e alterar dados pessoais. Isto ajuda bastante, pois todos sabemos o quão difícil é conseguir arranjar tempo para fazer isto pessoalmente. Mais ainda com os horários e pontualidade britânicas! De uma forma mais convencional, os centros de saúde do Reino Unido vão mandando pelo correio "convocatórias" para testes como Papanicolau (cervical smear test, como eles chamam cá), mas não deve demorar muito a ser através do portal ou por e-mail.

Cá ou lá, o "online" é o passo certo na relação entre o utente e os serviços de saúde. Ainda que exista sempre aquele "friozinho" da partilha de dados confidenciais (e do seu acesso indevido e/ou para práticas comerciais duvidosas), isto permite um "win-win": alivia filas e permite melhor gestão aos centros; reduz desperdícios de tempo aos utentes. Esperemos que a nossa opinião não mude!...
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Persianas, para que vos quero!

Um "pormenor" que salta à vista mal se chega ao Reino Unido, mas do qual nunca falamos aqui, são as persianas. Ou melhor, a falta delas!

Sem persianas nem cortinas: mais regra que excepção no Reino Unido (fonte: dailymail.co.uk)
Desde sempre fomos habituados, culturalmente, a ter persianas em casa. Com isso, protegemo-nos não só "visitas indesejadas" mas também da luz do dia quando nos deitamos. Isto é tão óbvio e banal em Portugal como o seu contrário por estes lados!

Por aqui não há persianas e, espanto dos espantos, frequentemente nem sequer cortinas! Não é fácil nos primeiros tempos adormecer com tanta luz e tê-la a entrar pela janela tão cedo, mas o hábito acaba por chegar. Quanto às cortinas, não é fácil tirar conclusões. Parece-nos evidente que o espírito de "coscuvilhice" no Reino Unido é bem menor que em Portugal. Mas o que nos parece mais é que, em geral, as pessoas estão-se "nas tintas" para o que os outros pensam delas ou sobre o que estão a fazer. Isso nota-se bem nas ruas: mesmo num sitio pequeno como March não faltam "seres extravagantes" e nem por isso as pessoas mais idosas param para ver. Ou se param, é para se rirem um bocado. Estão a ver isto em Portugal?

Não estamos a dizer que apreciamos especialmente a cultura do "quanto mais doido, melhor". Simplesmente, é uma forma diferente de encarar a vida. E só cá estando é que o poderíamos descobrir!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Nottingham e a floresta de Sherhood

Quando pensamos em Nottingham pensamos imediatamente no Robin dos Bosques e no inefável xerife. A floresta de Sherwood preencheu a imaginação de muitas gerações e, hoje em dia, mantém ainda bem viva a lenda.

A estátua de Robin Hood, junto ao Castelo de Nottingham

Vivendo a 120 km de Nottingham, era uma questão de tempo e oportunidade até lá irmos. Nottingham está situado bem no coração de Inglaterra, nas chamadas Midlands (Terras Médias). É uma cidade de média dimensão, semelhante a tantas outras por aqui, no meio de uma imensa planície verde.

Uma diferença interessante é a existência de metro de superfície (tram). É muito raro encontrar uma cidade com tram no Reino Unido, sendo que das grandes cidades apenas Birmingham, Nottingham, Manchester e Sheffield o têm.

O tram a passar na Antiga Praça do Mercado (Old Market Square) (fonte: railway-technology.com)
Em termos de transportes (e mobilidade em geral), Nottingham está mesmo no topo. A oferta de transporte público e as facilidades de "park-and-ride" (bastante económico e frequente) são difíceis de bater em Inglaterra (pela nossa experiência!).

As atracções principais do centro da cidade são o complexo do Castelo (e, adjacente, a icónica estátua de Robin dos Bosques que mostramos acima) e a Antiga Praça do Mercado (Old Market Square).

Parte da muralha do Castelo de Nottingham

A entrada principal do Castelo
A Antiga Praça do Mercado (Old Market Square)

A arquitectura é predominantemente tradicional, mas uma zona da cidade está a expandir-se com arquitectura bastante vanguardista.

O parque da Ciência de Nottingham, em plena expansão (fonte: nottinghamsciencepark.co.uk)
O museu de Arte Contemporânea (Nottingham Contemporary) (fonte: http://worldeventyoungartists.com)
É uma cidade universitária e, portanto, cheia de juventude e frenesim. Parece ser uma excelente cidade para viver e trabalhar, ainda que esteja longe de deslumbrar (por comparação com Cambridge e Cardiff, por exemplo).

Não tivemos a oportunidade para ir à floresta de Sherwood pois ela não é propriamente perto da cidade de Nottingham. Na verdade, é 35 km a Norte (mas ainda no condado de Nottingham - Nottinghamshire). Certamente valerá a pena, pois é uma Royal Forest carregadinha de história. Para além da lenda de Robin dos Bosques, a floresta tem como ícone um carvalho com cerca de 1000 anos e 23 toneladas (!): o Major Oak. Fica para breve, quem sabe!

O Major Oak (fonte: Wikipedia)