quinta-feira, 24 de outubro de 2013

As gaivotas urbanas

Diz-se que a necessidade aguça o engenho. Mas isto não se aplica apenas aos humanos!

Uma gaivota "normal"

Gaivotas "britânicas"

Um destes dias, estávamos no comboio e deparámo-nos com um cenário muitas vezes visto por cá: à falta de peixe, as gaivotas "arremedeiam-se" com fish & chips. E quem sabe se não lhes sabe melhor! Não tem espinhas e ainda tem acompanhamento!

Este é um cenário muito comum por cá e, em alguns sítios, é quase uma praga. Isto era bem visível (e audível) em Cardiff, onde peritos julgam existir a maior população de gaivotas do mundo! Elas comportam-se como aves de rapina, sempre prontas a voar a pique em direcção ao seu takeaway favorito. Com os perigos que todos percebemos. Claro que grande parte disto se deve à incapacidade de muitos colocarem o lixo no seu devido sítio... Mas nem sempre: elas andam sempre à caça e podem mesmo "atacar" quem esteja muito descansado a comer!

Nunca fomos "roubados" por uma gaivota, mas realmente todo o cuidado é pouco, pelo menos por cá. Foi em Cardiff que pela primeira vez ouvimos falar em "gaivotas urbanas", da mesma forma que também existem "raposas urbanas" (que se especializam em fast food em vez de caçar frangos e galinhas - assim já as comem panadas!). Esperemos que isto não se "pegue" a Portugal!

Nham nham!

domingo, 13 de outubro de 2013

Afinal sempre valeu a pena ir à feira da abóbora!

Agradecemos as sugestões que nos deixaram relativamente ao nosso post sobre a feira da abóbora, sobre a qual falamos aqui.

Apesar do aspecto interior da abóbora não ter sido o melhor - estava muito madura - veio-se a provar de boa qualidade! Para além de várias sopas de abóbora, fizemos também uma deliciosa compota de abóbora que dá vontade de comer às colheres (depois de quase uma tarde inteira a cozinhar na panela...). Mas sem dúvida que valeu a pena todo o trabalho! Aqui fica o resultado.

A nossa compota de abóbora, acompanhada com o melhor vinho, o Vinho do Porto

Pode ser que uns certos meninos ainda cheguem a tempo de a provar, afinal eles deram a sugestão do doce de abóbora! ;)

Infelizmente, a esmagadora maioria de abóboras como esta vão simplesmente ser usadas para fazer umas caretas de Hallowe'en e depois vão... para o lixo! É verdade! Foi esta a resposta que me deram o ano passado depois deste dia, pois não vislumbravam o que mais se poderia fazer com uma abóbora... ou seja: da mesma forma que para muitos o frango vem do supermercado, a abóbora existe para o Hallowe'en!... mais fica, dizemos nós!
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Vai uma aposta?

Quase tão certo como ter um (ou mais!) pubs, qualquer terrinha por aqui tem também a sua casa de apostas! Sejam pequenos proprietários ou grandes cadeias (como a Ladbrookes ou a William Hill), e apesar da concorrência das apostas online (como a Betfair), não há praça comercial sem pelo menos uma casa de apostas! Regra geral, há sempre espaço para as pessoas se sentarem, acompanharem os eventos e irem apostando em conformidade. É mais uma espécie de "bolsa de valores" do que  casino. Mas aqui só se compra e, com sorte, lucra-se alguma coisa no fim! ;)

As apostas são, por aqui, o equivalente ao nosso totoloto e euromilhões: cruzam gerações e classes sociais, estão firmemente implantadas e aceites como parte essencial do quotidiano do comum dos britânicos. As apostas mais vulgares por aqui são as desportivas, mas não só de futebol! Até em corridas de cavalos se aposta (não, não é só nos filmes nem só na América). Claro que começando a apostar, há sempre a hipótese de tentar a sorte com as coisas mais mirabolantes. Como no nome do "futuro herdeiro" do trono britânico.

Apostas sobre o nome do "futuro herdeiro" do trono à porta da maternidade (fonte: npr.org)

Como vêm, a agência de apostas acertou em cheio! A aposta mais provável segundo a William Hill (e portanto, menos generosa) era George. Quem escolheu George não ficou, ainda assim, mal servido: 8/1 (as chamadas "odds" - possibilidades) significa que por cada libra apostada, o apostador recebeu 8 libras!

Mais difícil é encontrar por aqui o euromilhões (não e que o procuremos muito, confessamos). Mas também se joga e ganha, como são prova alguns casos de primeiro prémio por estas bandas que chegaram às noticias em Portugal. Como exemplo, aquele casal que quando soube que ganhou o euromilhões saiu para comprar uma pizza. Mas, definitivamente, as apostas reinam por Terras de Sua Majestade.

Só depois de vermos como funciona esta indústria por aqui compreendemos melhor o absurdo económico que vivemos em Portugal. Por cá, com toda a indústria (física e online) devidamente regulada (incluindo lotarias e euromilhões), o Governo britânico recolhe uma quantia bem "simpática" em impostos por ano (dados de 2010): 700 milhões de libras. Em Portugal, temos um "semi-faroeste", em que um operador tem monopólio sobre o mercado de apostas e todos os outros tem de estar registados fora de Portugal para poderem operar. Para ja nao falar que as apostas online nao tem qualquer enquadramento legal ainda, logo é como se não existissem! Conclusão, um monte de dinheiro, tão precioso ao Estado nesta altura, a voar pela janela fora todos os dias...