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Já tinha falado sobre as casas em Cardiff aqui, mas na
altura o processo foi relativamente simples, pois o que pretendia era uma casa
partilhada com estudantes. Para isso, a Cardiff University providencia
contactos de senhorios (landlords) e é só ligar directamente e ver as casas.
Tipicamente estas estão bem equipadas (incluindo todo o tipo de
electrodomésticos) e as contas estão em nome do senhorio, que as faz reflectir
no valor da renda. Pois bem, mas desta vez as coisas eram diferentes…
O que pretendíamos era um “apartamento” só para nós (chega de
partilhar, como tinha prenunciado aqui)! E pensávamos nós que não seria muito
difícil e que quatro dias num hotel chegariam para escolher uma casa e ir morar
para ela… nahhh resposta errada, como demonstrou a prática!
Quando chegamos a Cardiff, trazíamos uma lista pequena de
casas a ver que tínhamos visto nestes sites (que recomendamos!): o Rightmove e o FindAProperty. Aqui começam as
diferenças: 99% das casas aqui apresentadas são representadas por agências
imobiliárias (são às dezenas, senão centenas só em Cardiff!! Existem mais de 18000
no Reino Unido inteiro!). É um mercado sem paralelo em Portugal (pelo menos até à nova lei das rendas). Contactamos as agências e o quadro desde logo não foi
muito animador: ou as casas já estavam arrendadas e o anúncio estava
desactualizado, ou os pré-requisitos pedidos eram incomportáveis (do estilo, “têm
de pagar 6 meses de renda em avanço visto não trabalharmos normalmente com estudantes”
ou “têm algum fiador (!!) que tenha residência própria no Reino Unido? Se sim,
óptimo, se não têm de pagar £1000 mais o depósito mais uma renda em avanço”). Para
já não falar nas comissões que elas cobram após manifestarmos o nosso efectivo
interesse. Adiante! Então fomos deixados apenas com uma opção no primeiro dia, mas
que até era interessante! Porém, não podíamos tomar uma decisão apenas com uma
visita! Assim, colocamo-nos em campo para novas opções e andamos literalmente
de um lado ao outro da cidade a ver casas nos dois dias seguintes!
E há de tudo, como na farmácia: casas limpas, sujas, frias,
húmidas, barulhentas, em que tínhamos de partilhar electrodomésticos (por ex.,
a máquina de lavar!) e algumas boas, claro! Contudo, a altura do ano não era
famosa para ver casas: a maioria das melhores casas está ocupada nesta altura
do ano (até ao fim do ano escolar, entre Junho e Julho) e o nosso limite de
renda era razoável mas limitava um pouco a escolha nesta altura do ano. Mas
quando entramos na nossa futura casinha, ficamos logo com a sensação “Vai ser
esta”! E assim foi! No fim do dia de Terça-feira corremos até à agência para
"reservar" a casa (para a retirar do “mercado”). E, pensamos nós, está feito! Errado!
Foi-nos dito que só poderíamos entrar na nova casa na Segunda-feira seguinte (6
dias depois!). E porquê? Porque precisavam de fazer o nosso processo de
referenciação: consultar e validar o nosso balanço bancário dos últimos três
meses, contactar o meu antigo senhorio para ver se éramos de confiança,
telefonar ao meu supervisor na Cardiff University, verificar o recibo dos meus
pagamentos da Fundação para a Ciência e Tecnologia (mesmo estando em Português)
entre outras eventuais verificações que nos ultrapassaram. Pois, e então as 4
noites de hotel derraparam para 7, com tudo o que isso acarreta. E só não
derraparam para 9 porque um santo de um colega meu da universidade nos cedeu a
casa dele nas últimas duas noites. Não há palavras para agradecer este gesto e
tudo o mais que ele e a namorada têm feito por nós! Por fim, na Segunda-feira
dia 6 de Fevereiro assinamos o contrato de arrendamento (depois de o ler
durante uma hora e mesmo assim termos ficado com a sensação que só faltava lá
dizer que abdicávamos da nossa alma em favor do senhorio)! Mas a história não fica
por aqui… na verdade ainda mal começou! Esperem pelas próximas novidades!
Em suma, o processo (genérico e sumarizado) que recomendamos
para a escolha de uma casa para arrendar no Reino Unido é:
- Contactar alguém local que vos possa dar uma noção geral de como são as zonas residências (se são seguras, calmas, etc.), se conhecem alguma boa agência (pois algumas são bastante manhosas, segundo nos disseram), entre outras perguntas que achem pertinentes.
- Consultar o Rightmove ou o FindAProperty e encontrar uma lista (exigente) de casas a visitar, conforme as vossas necessidades e possibilidades. Notem que os valores apresentados geralmente apenas se referem à renda, não incluem contas. Normalmente a oferta é muita, portanto procurem com calma e critério. Há muitas casas que se dizem totalmente mobiladas/equipadas (fully furnished), mas isso é um chavão muito relativo...
- No processo de visitas, perguntem tudo e desconfiem de promessas (por ex., “isto está partido mas vai ser arranjado”). Perguntem o que está incluído na mobília da casa, se alguma conta está incluída, se a casa é gerida pela agência ou pelo senhorio (para no caso de algo se avariar quem contactar), que tipo de aquecimento existe (se é a gás ou electricidade), se é possível redecorar as paredes (por ex., pendurar quadros, fotos) e alterar a disposição do mobiliário, se o jardim é de uso comum, … Perguntem ainda como será efectuado o pagamento da renda (por ex., se é por transferência bancária directamente para o senhorio) e como poderão “reservar” a casa se estiverem interessados. Aqui é que entram as comissões das agências (agency fees), estejam atentos pois estas variam de agência para agência.
- Se gostaram de alguma casa, façam o depósito e preparem-se para a “dor” da espera causada pelo processo de referenciação que descrevi. Ter histórico de arrendamento no Reino Unido naturalmente ajuda. Se tudo correr bem, em 3 a 5 dias úteis estarão a assinar o contrato de arrendamento (leiam-no muito bem e não assinem nada que não percebem ou com o qual tenham objecções!)
E depois a saga continua… estejam
atentos
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