Há acerca de 2 anos, o Zé falou do tempo em Cardiff,
contudo creio que foi uma “pincelada só ao de leve”. Portanto, eu resolvi retomar
este tema até porque hoje o meu estado de espírito está a condizer com o tempo,
isto é, cinzento.
Por aqui as temperaturas mínimas e máximas não variam muito, o mesmo é
dizer que não existe uma grande amplitude térmica. Mas ainda assim, por estas
bandas temos as quatro estações num só dia (não é para todos, não é verdade?!).
Ora acordamos com o sol a brilhar ora acordamos com um dia “cinzentão” como o
de hoje que nos faz sentir mais as saudades de casa, das pessoas que deixamos
em Portugal e do sol.
Na verdade, quando cá chegamos fiquei agradavelmente surpreendida com o
tempo soalheiro que estava. Mas, como se costuma dizer, foi sol de pouca dura
pois logo no primeiro dia em que começamos a procurar casa nevou. Claro que não
foi assim em tanta quantidade que justificasse umas brincadeiras na neve ou a
construção de um boneco-de-neve, mas foi o suficiente para nos fazer sentir e
pensar “bem-vindo ao Reino Unido”.
Entretanto, o frio e a chuva acalmaram e já tivemos alguns fins-de-semana com bastante
solzinho, bastante para o Reino Unido claro! Porque para quem está
habituado a temperaturas de 30 e muitos graus no Verão isto não é sol que se
veja!
Regra geral, os dias aqui começam cinzentos; por volta da hora do
almoço (entre as 13h e as 14h), o sol dá um ar da sua graça (quando está para ai
virado, obviamente!) e depois rapidamente fica muito nublado e chove, aquela
chuva miudinha e muito chata. Depois pára e regressa o frio mais para a noite.
Não é muito animador, não é? Mas, na verdade, o tempo é apenas
aquilo que é e não deverá constituir motivo de influência sobre o nosso estado
de espírito. Pois, afinal o tempo é que aquilo que fazemos dele e com ele. Não
concordam?
E citando o meu estimado amigo Fernando
Pessoa:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a
forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos
mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos
ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Portanto, há que olhar para o tempo com esperança e acreditar que o futuro
só pode ser melhor (mesmo que o presente não seja o mais animador…). Porque ele
há-de ser em breve! Nós acreditamos nisso!
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