quarta-feira, 28 de março de 2012

Rugby: muito mais que o desporto nacional!

Não é novidade para ninguém que o rugby (nome de uma cidade inglesa e da escola dessa cidade que originou este desporto, que em português se diz "râguebi") é o desporto por excelência do País de Gales. Muitos em Portugal usam a expressão “3 pontos para o País de Gales” quando se referem a um chuto no futebol que passa muitos metros acima da baliza. Assim, o rugby é, sem dúvida alguma, um dos maiores “embaixadores” (senão o maior “embaixador”) do País de Gales por esse mundo fora! Pois apesar de Ryan Giggs e Tom Jones serem notáveis galeses, já não são tantos os que sabem que Sir Anthony Hopkins e Catherine Zeta-Jones também o são.

Decorreu até meados deste mês de Março o chamado torneio das Seis Nações que, para os mais atentos à modalidade, é o sucessor do histórico torneio das Cinco Nações (Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda e França) com a inclusão da Itália (desde 2000). Assim, o Seis Nações é um torneio anual em que as seis maiores nações europeias do rugby de 15 jogam entre si uma só vez, em formato campeonato: dois pontos para vitória, um ponto para empate e zero pontos para derrota. O objectivo maior é a conquista do chamado Grand Slam, que corresponde à vitória em todos os jogos mas claro que ganhar o campeonato já é suficiente! Existem outros troféus intermédios para premiar determinados confrontos directos entre Nações, mas o menos desejado de todos é a chamada “Colher de Madeira”, que é o equivalente ao “carro-vassoura” do ciclismo, isto é, o último classificado.

Na edição deste ano 2012, o País de Gales chegou à última jornada com o pleno: bastava vencer a França em casa para ganhar o Grand Slam, visto ter ganho todos os jogos anteriores. E esta vitória teria ainda o sabor doce da vingança, pois serviria para ajustar contas com a França pela derrota amarguíssima nas meias-finais do último campeonato do mundo (em 2011, por 9-8!). Não foi, então, surpreendente que os cerca de 75000 bilhetes para este jogo no Millennium Stadium tenham esgotado ainda em 2011!

retirado de news.bbc.co.uk

Assim se pode aferir a paixão que o povo deste país de pouco mais de 3 milhões de habitantes tem pelo seu desporto-rei. É mais que um desporto, é um símbolo, é algo que une e torna maior um pequeno país. Como já disse numa outra mensagem, o País de Gales é assim uma espécie de parente pobre da Grã-Bretanha. Após o declínio da indústria do carvão e dado o baixo interesse agrícola/pecuário das explorações, pouco resta de rentável a este país para além dos serviços e o turismo. Assim, não há muito para celebrar, portanto o rugby surge naturalmente como o escape a este papel secundário na Grã-Bretanha. Não há outro desporto que esteja sequer perto da popularidade do rugby por estas bandas. Nem mesmo o futebol, apesar do Swansea City estar na Premier League e do Cardiff City estar lá perto.

Voltando ao decisivo jogo com a França, fica aqui um pequeno vídeo do centro de Cardiff cerca de três horas antes do jogo.



Dá gosto ver miúdos e graúdos, homens e mulheres vestidos a rigor e prontos para um grande dia de festa! São assim os dias de jogo do País de Gales aqui em Cardiff, uma verdadeira enchente de verde e vermelho. Porém, reparem como já estão os bares àquela hora… É aqui que nasce o reverso da medalha, do qual a Joana falou aqui. O pré-jogo e o pós-jogo são bem diferentes, mas era só mesmo d’O Lado Solar que interessava falar agora!

Ah é verdade, o resultado final! Vitória por 16-9 e Grand Slam para o País de Gales!

retirado de officialcharts.com

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