terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal e um Bom Ano Novo... em Bury St. Edmunds!

O fim do ano trouxe mudanças a'O Meu Lado Solar. Deixamos March para trás e abraçamos Bury St. Edmunds, a vila floral!

Deixar March tornou-se mais difícil do que esperávamos. March é pequeno e não tem muito que se possa fazer, mas vale muito mais do que parece! Morar no centro da vila, ter todos os serviços, um grande parque verde junto ao rio e um bom ginásio, tudo a 5 minutos a pé era um luxo. E era bastante sossegado, apesar da localização. E, claro, gostávamos muito da nossa casinha! Era "compacta", digamos assim, mas era bastante optimizada. Deixa saudades, sem dúvida.

Mudar para Bury St. Edmunds é só por si um melhoramento. É realmente uma vila muito pitoresca, cheia de vida, carregada de "britanidade". É daqueles amores a primeira vista que ficam! Não é Cambridge, é certo, mas quem sabe um dia... o lado menos positivo é que nos mudamos para uma zona exclusivamente residencial, longe o suficiente para precisarmos de carro até para comprar um pão. E o centro da vila fica a mais de 3 km...mas foi lá que encontrámos a casa que queríamos e isso tem muita forca neste país! Mas deixemos a questão das casas (é um tema recorrente, como vêem) para 2014!

Natal em Bury St. Edmunds (foto retirada de burystedmundschamber.org)

Desejamo-vos um Natal muito feliz e um Ano Novo cheio de tudo o que mais desejam!
 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Até já!

Como devem ter reparado, temos estado mais silenciosos ultimamente... não é que falte assunto (material não falta, acreditem!) ou estejamos fartos, simplesmente... estamos sem tempo!

Têm sido (e estão ainda para vir) uns meses bem intensos de trabalho, compromissos, mudanças... sim, mudanças! Quando O Meu Lado Solar voltar, vai ser noutro lugar...não será para todo o sempre, como diz a canção d'a Sétima Legião, mas esperemos que seja por muito tempo!


Obrigado por continuarem connosco e... até já!
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

As gaivotas urbanas

Diz-se que a necessidade aguça o engenho. Mas isto não se aplica apenas aos humanos!

Uma gaivota "normal"

Gaivotas "britânicas"

Um destes dias, estávamos no comboio e deparámo-nos com um cenário muitas vezes visto por cá: à falta de peixe, as gaivotas "arremedeiam-se" com fish & chips. E quem sabe se não lhes sabe melhor! Não tem espinhas e ainda tem acompanhamento!

Este é um cenário muito comum por cá e, em alguns sítios, é quase uma praga. Isto era bem visível (e audível) em Cardiff, onde peritos julgam existir a maior população de gaivotas do mundo! Elas comportam-se como aves de rapina, sempre prontas a voar a pique em direcção ao seu takeaway favorito. Com os perigos que todos percebemos. Claro que grande parte disto se deve à incapacidade de muitos colocarem o lixo no seu devido sítio... Mas nem sempre: elas andam sempre à caça e podem mesmo "atacar" quem esteja muito descansado a comer!

Nunca fomos "roubados" por uma gaivota, mas realmente todo o cuidado é pouco, pelo menos por cá. Foi em Cardiff que pela primeira vez ouvimos falar em "gaivotas urbanas", da mesma forma que também existem "raposas urbanas" (que se especializam em fast food em vez de caçar frangos e galinhas - assim já as comem panadas!). Esperemos que isto não se "pegue" a Portugal!

Nham nham!

domingo, 13 de outubro de 2013

Afinal sempre valeu a pena ir à feira da abóbora!

Agradecemos as sugestões que nos deixaram relativamente ao nosso post sobre a feira da abóbora, sobre a qual falamos aqui.

Apesar do aspecto interior da abóbora não ter sido o melhor - estava muito madura - veio-se a provar de boa qualidade! Para além de várias sopas de abóbora, fizemos também uma deliciosa compota de abóbora que dá vontade de comer às colheres (depois de quase uma tarde inteira a cozinhar na panela...). Mas sem dúvida que valeu a pena todo o trabalho! Aqui fica o resultado.

A nossa compota de abóbora, acompanhada com o melhor vinho, o Vinho do Porto

Pode ser que uns certos meninos ainda cheguem a tempo de a provar, afinal eles deram a sugestão do doce de abóbora! ;)

Infelizmente, a esmagadora maioria de abóboras como esta vão simplesmente ser usadas para fazer umas caretas de Hallowe'en e depois vão... para o lixo! É verdade! Foi esta a resposta que me deram o ano passado depois deste dia, pois não vislumbravam o que mais se poderia fazer com uma abóbora... ou seja: da mesma forma que para muitos o frango vem do supermercado, a abóbora existe para o Hallowe'en!... mais fica, dizemos nós!
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Vai uma aposta?

Quase tão certo como ter um (ou mais!) pubs, qualquer terrinha por aqui tem também a sua casa de apostas! Sejam pequenos proprietários ou grandes cadeias (como a Ladbrookes ou a William Hill), e apesar da concorrência das apostas online (como a Betfair), não há praça comercial sem pelo menos uma casa de apostas! Regra geral, há sempre espaço para as pessoas se sentarem, acompanharem os eventos e irem apostando em conformidade. É mais uma espécie de "bolsa de valores" do que  casino. Mas aqui só se compra e, com sorte, lucra-se alguma coisa no fim! ;)

As apostas são, por aqui, o equivalente ao nosso totoloto e euromilhões: cruzam gerações e classes sociais, estão firmemente implantadas e aceites como parte essencial do quotidiano do comum dos britânicos. As apostas mais vulgares por aqui são as desportivas, mas não só de futebol! Até em corridas de cavalos se aposta (não, não é só nos filmes nem só na América). Claro que começando a apostar, há sempre a hipótese de tentar a sorte com as coisas mais mirabolantes. Como no nome do "futuro herdeiro" do trono britânico.

Apostas sobre o nome do "futuro herdeiro" do trono à porta da maternidade (fonte: npr.org)

Como vêm, a agência de apostas acertou em cheio! A aposta mais provável segundo a William Hill (e portanto, menos generosa) era George. Quem escolheu George não ficou, ainda assim, mal servido: 8/1 (as chamadas "odds" - possibilidades) significa que por cada libra apostada, o apostador recebeu 8 libras!

Mais difícil é encontrar por aqui o euromilhões (não e que o procuremos muito, confessamos). Mas também se joga e ganha, como são prova alguns casos de primeiro prémio por estas bandas que chegaram às noticias em Portugal. Como exemplo, aquele casal que quando soube que ganhou o euromilhões saiu para comprar uma pizza. Mas, definitivamente, as apostas reinam por Terras de Sua Majestade.

Só depois de vermos como funciona esta indústria por aqui compreendemos melhor o absurdo económico que vivemos em Portugal. Por cá, com toda a indústria (física e online) devidamente regulada (incluindo lotarias e euromilhões), o Governo britânico recolhe uma quantia bem "simpática" em impostos por ano (dados de 2010): 700 milhões de libras. Em Portugal, temos um "semi-faroeste", em que um operador tem monopólio sobre o mercado de apostas e todos os outros tem de estar registados fora de Portugal para poderem operar. Para ja nao falar que as apostas online nao tem qualquer enquadramento legal ainda, logo é como se não existissem! Conclusão, um monte de dinheiro, tão precioso ao Estado nesta altura, a voar pela janela fora todos os dias...
 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A feira da abóbora

Já falamos aqui no blog sobre o quão difícil é encontrar abóboras por estes lados. Portanto, quando soubemos da existência da Feira da Abóbora em Soham, uma localidade a 40 km de March e que serve de casa a muitos portugueses (aliás tem 2 cafés portugueses e com bolos que só comemos em Portugal, tais como bola de Berlim), ficamos todos entusiasmados e convencidos a ir lá dar em espreitadela e, claro, comprar uma abóbora!

O recinto da feira era bem no centro de Soham e, por isso, muito fácil de descobrir. À primeira vista, o espaço da feira não era muito grande mas aparentava ter um pouco de tudo (ou quase tudo...). Cada adulto pagava 2 libras para entrar e as crianças entre os 12 e os 18 anos pagavam 1libra. A entrada era gratuita para crianças com idade inferior a 12 anos.

Feira da Abóbora em Soham
Dentro do recinto da feira fomos surpreendidos, pois aquilo que esperávamos ser uma feira agrícola e de venda de produtos locais (de preferência biológicos), era na verdade um misto de feira popular para as crianças, com insufláveis e tudo, vendas e rifas de angariação de fundos para diversas associações e organizações sociais e caritativas e até vendas de "mala de carro" (uma espécie de venda de garagem "itinerante" das velharias que se têm por casa). Ou seja, uma repetição de tantas e tantas "feiras" por estes lados. E abóboras...muito poucas! Uma oportunidade perdida de mostrar a miúdos e graúdos o resultado de um belo ano de colheitas por estes lados.

Parte do espaço destinado às crianças
Associação de protecção aos furões
Podíamos ainda encontrar um exposição de carros antigos (bastante bonita por sinal!), escolas locais a fazer apresentações e um músico local a animar a feira tocando êxitos dos Beatles.

Exposição de carros antigos

Na parte mais distante da entrada da feira encontravam-se alguns produtos agrícolas "em concurso" (não só abóboras, mas também nabos, courgettes, tomates, beringelas, girassóis, ...). Foram premiados pelo seu tamanho e grandiosidade, como podem ver aqui nesta foto. Alguns deles eram verdadeiros "fenómenos do Entroncamento"!

Abóbora premiada com o 1º prémio (136,5 kg!)
Lá descobrimos uma senhora que vendia abóboras (foi difícil!) e trouxemos para casa esta menina (+/- 3kg). O que vamos fazer com ela ainda está por decidir. Sugestões aceitam-se!

A abóbora que trouxemos para casa

domingo, 22 de setembro de 2013

Seguro "automóvel"... ou seguro "condutor"?

Hoje, O Meu Lado Solar volta ao registo informativo. Este post é sobre seguro automóvel e é baseado nossa experiência por cá. Esperemos que ajude quem está a dar os primeiros passos no Reino Unido e que dê aos leitores no nosso Portugal uma ideia das diferenças que se podem encontrar!

Fonte: andinaseguros.com.br

Durante a novela da legalização do carro que vos descrevemos aqui, tocamos ao de leve na questão do seguro automóvel (vamos chamar-lhe assim por enquanto!). Este é outro assunto muito particular do Reino Unido (pelo menos, por comparação com Portugal).

Tal como muitas outras coisas, o seguro automóvel é um mercado super competitivo e em que temos à disposição um arsenal de sites de "comparação" (por exemplo, MoneySupermarket, Confused.com). Nestes sites colocamos toda a informação necessária à cotação do seguro e o motor de busca encaminha-nos para as cotações mais baratas, indicando-nos todos os detalhes de cobertura das mesmas. Com um clique, somos encaminhados para o site da seguradora e é praticamente "chave na mão": estipula-se o método de pagamento e recebemos no e-mail a apólice de seguro. Sim, no e-mail! Aqui não é necessário uma "carta verde" física, pois a polícia aqui anda bem artilhada com ferramentas informáticas que lhes permite ver na rua, na hora, se determinada matrícula está legal (tem seguro válido, impostos pagos, inspecção obrigatória, ...).

Tendo dito isto, está bom de ver que quando o seguro está em vias de expirar (e ser renovado automaticamente por mais um ano), é uma corrida aos sites para procurar um novo seguro/segurador mais vantajoso. Não se vislumbra que isto possa acontecer em Portugal, pois a parte menos interessada é a própria indústria seguradora! Quanto mais as pessoas se acomodarem ao que tem, não haja ferramentas acessíveis para que as pessoas possam considerar mudar e não se vislumbre um Regulador que possa "agitar" a concorrência, "tudo vai bem no Reino das Seguradoras"...

Regra geral, fazer um seguro no Reino Unido é mais caro que em Portugal, mas há uma enormidade de factores que influenciam o preço final da apólice e que o podem tornar mais ou menos atractivo. Como em todos os seguros, estes factores influenciam o preço final com base numa chamada percepção de "risco": profissão do condutor, meio envolvente, tipo de utilização prevista... Por exemplo, mudar a localização onde deixamos o carro durante a noite de "lugar aberto à frente de casa" para "garagem fechada" pode fazer uma grande diferença... diferença que varia conforme a cidade (em March esta diferença é menor que em Londres, por exemplo).

Por falar em Londres, fazer seguro por lá pode tornar-se de tal forma caro que há muita gente que "arrisca" colocar a morada de um amigo/familiar na apólice para reduzir o prémio de seguro. No caso de novos condutores em cidades como Londres, o prémio de seguro é de tal forma elevado que está agora em vias de ser "oferecido" por seguradoras um seguro mais barato quando os condutores aceitam a colocação de uma "caixa negra" no carro. Esta caixa negra é uma espécie de "Big Brother": regista percursos efectuados (em que zonas), travagens e acelerações bruscas, velocidades médias, ... as seguradoras alegam que o condutor é duplamente favorecido por isto: para além de ter um seguro mais barato naquele ano, aumenta muito o potencial de redução do prémio de seguro nos anos seguintes. Se for bom condutor, claro! Numa perspectiva benevolente, pode-se dizer que isto é interessante... mas é realmente um caminho muito perigoso (em nossa opinião). Felizmente, muito poucos condutores têm aderido a esta "inovação".

No entanto, a diferença fundamental entre Reino Unido e Portugal em relação ao seguro automóvel é que por aqui o seguro é, na verdade, ao condutor! Explicando, quando temos um novo carro é preciso actualizar a apólice para o incluir e não fazer uma nova apólice para esse novo carro. Como a apólice é focada no condutor, é também determinado qual é o uso a dar ao veículo: se é para uso esporádico, para viagens casa-trabalho-casa, se é para uso profissional... esta parte não é diferente de Portugal. O que já não é vulgar é que muitas empresas só pagam despesas de deslocação a colaboradores, inclusivamente quando usando carros da empresa, que tenham activado na sua apólice a opção de uso profissional (Business use)!

É mais um caso de "excesso regulatório", dizemos nós, mas é disto mesmo que este país é feito. Orgulhosamente, garantimo-vos!
 

domingo, 15 de setembro de 2013

Afinal cerveja não é apenas... cerveja

Quantos tipos de cerveja conhecem? Não, não são marcas, são mesmo tipos! Pois, supomos que não vos ocorram muitos, certo? Para o comum dos portugueses, cerveja é cerveja. Quando muito existe a preta (stout) e, muito raramente, a "abadia".

Pois ao chegar ao Reino Unido é fácil ficar confuso. Para além da medida dos copos (pint - equivalente a 57cl, cerca de duas vezes um fino/imperial), há uma vasta escolha de tipos de cerveja ao balcão para um público muito conhecedor. Elas são lager, ale, stout, cider, entre outras... e todas elas tem sub-tipos, bem notórios pelas suas diferentes cores e espumas (ou falta delas). A marca vem depois!

O balcão-tipo de um pub (fonte: crownatreepham.com)

Ora bem, as nossas Super Bock e Sagres são típicas cervejas lager, cujo método de fermentação de origem alemã nos habituamos a apreciar desde sempre. Por aqui podemos encontrar muitos sub-tipos e marcas de lager, incluíndo a Sagres nas lojas Tesco (e em todas as lojas portuguesas, onde se encontra com facilidade também a Super Bock)!

Publicidade à Sagres à entrada de um Tesco Extra

Regra geral, as lagers por aqui são menos alcoólicas que em Portugal. Facto certamente não alheio à chamada "taxa do álcool" que o governo tem vindo a fazer crescer e que "castiga" o preço final da bebida em proporção directa ao volume de álcool. Assim, para manter os preços (e as vendas), as marcas têm vindo a descer a graduação das suas cervejas, fazendo o possível para que os clientes não notem a diferença...


A ale, nas suas inúmeras variantes, é a cerveja nacional do Reino Unido. Estas vão desde pale (muito clara) até brown (escura). O que, na prática, é ir de "azedo" até "azedo como rabo de gato". Este tipo de cerveja, do qual a Greene King de Bury St. Edmunds produz várias variantes, tem ainda a curiosa particularidade de ser retirada dos barris à bombada! Mas o fascínio fica mesmo por aí. O sabor estraga qualquer romantismo (mas aceitamos opiniões divergentes!).

O processo de retirada da ale

A stout (preta) "rainha" por aqui é a Guiness, ainda que seja uma cerveja da República da Irlanda. Mas há outras marcas locais a fabricar este tipo de cerveja, mas não nos sabe tão bem...

Mas a melhor de todas (a nossa favorita) é a cidra, fermentada geralmente a partir de maçã. Docinha e com sabor a fruta (que pode ser apenas maçã, mas pode ser também frutos vermelhos, por exemplo). Tão docinha que parece que estamos a beber um sumo...só quando nos levantamos é que nos damos conta que tem álcool, em regra entre 4% e 5% do volume. As cidras "rainhas", em nossa opinião, vêm da Suécia: Kopparberg e Rekorderlig. Yummy!

A Kopparberg "tutti-frutti" (essencialmente frutos vermelhos)
A Rekorderlig de maracujá, com "base" de pêra

Este tipo de cerveja, excelente para o Verão, não se encontra facilmente em Portugal (com muita pena nossa). Mas, pelo menos, é algo do qual sentimos falta quando não estamos por cá!
 

domingo, 8 de setembro de 2013

A vila floral

O Meu Lado Solar está de volta e pára hoje numa bela vila relativamente perto daqui: Bury St. Edmunds!

Após alguns passeios a sítios, em nossa opinião, pouco interessantes (e, portanto, sem grande interesse para vós também), as expectativas sobre Bury St. Edmunds não eram famosas. Mas é nestes casos que sabe melhor ser surpreendido!

O Angel Hotel

Logo ao chegar ao centro (e sem necessidade de pagar parquímetro, um luxo!), deparámo-nos com uma zona pedonal comercial, cultural e residencial que muito se assemelha ao Fórum Aveiro: ao ar livre, ampla e moderna. Só por esta zona já valeria a pena visitar a vila: pela experiência de compras descontraída, pela ida ao centro cultural ou apenas pela caminhada.

O novo shopping ao ar livre

Mas Bury St. Edmunds é muito mais que isto. Andando mais um pouco chegamos ao típico centro das pequenas vilas britânicas. Mas este está bem acima da média (pelo menos do Este de Inglaterra), não só pelo arranjo pitoresco do casario, mas principalmente pelo lindíssimo parque envolvente à Catedral de St. Edmundsbury (já de si imponente). A abundância floral do parque (Abbey Gardens) que se estende por várias ruas do centro torna Bury St Edmunds numa auto-denominada floral town (vila floral).

Os Abbey Gardens
A Catedral de St. Edmundsbury

O centro da vila é pequeno e calcorreia-se em pouco tempo de ponta a ponta. No centro há a destacar o antiga sede do mercado agro-pecuário transformado em pub há pouco cerca de um ano. Tem uma vertente de galeria de arte na entrada, o que o torna muito requintado e diferente do que estamos habituados a ver.

O pub Corn Exchange (fonte: jdwetherspoon.co.uk)

Outro edifício de relevo é a fábrica e respectivo museu da cerveja local - a Greene King - que devido ao facto de ser Domingo e tudo fechar cedo, nos vimos impedidos de visitar. No entanto, deixamos aqui uma foto da entrada. Esta cerveja é bem popular, encontra-se em qualquer pub de Inglaterra e Gales e é do tipo ale (que está longe de ser o nosso tipo de cerveja preferido). Havemos de voltar a falar de cerveja em breve...

Fábrica e museu da Greene King

Na envolvente, para além da habitual planície verde, existe um forte complexo industrial/comercial (quando comparado com o resto da região), do qual salta imediatamente à vista a fábrica da British Sugar. Lá se encontra também um grande hospital do serviço nacional de saúde (NHS), o West Suffolk Hospital.

Bury St Edmunds não tem aquele estilo vibrante, jovem e variado que, por exemplo, Cambridge tem. No entanto, alia muito bem sossego e qualidade de vida com a proximidade a serviços, que a torna numa vila muito atraente para se viver! Recomendado!

Uma das entradas dos Abbey Gardens

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um Domingo diferente

Num dos Domingos deste brilhante Verão britânico (nunca é demais reforçar, temos de aproveitar enquanto dá!), fomos a uma pequena feira tradicional aqui bem perto de March, num parque público em Chatteris.

O Festival de Verão de Chatteris 2013
Era, por assim dizer, uma "mini-feira medieval". Mais apropriadamente, o tipo de feira em que muitos coleccionadores orgulhosamente "tiram o mofo" às suas colecções (de selos, medalhas, ferramentas, roupas e equipamentos antigos, ...) e as mostram num contexto de "viagem no tempo". Este tipo de feiras por cá é, portanto, menos comprometida com o negócio "puro e duro" e mais virada para o convívio, para beber umas cervejas e ouvir música local. Existem, claro, barracas a vender todo o tipo de artesanato (mais ou menos interessante) mas numa proporção bem menor às nossas "feiras medievais". Tendo dito isto, não estamos a advogar que estas feiras (e esta em particular) chegam sequer perto da Viagem Medieval de Santa Maria da Feira (saudades!...).

Recriação do faroeste com participação do público

Particularmente interessante de ver foi a componente de jogos tradicionais, tais como o "jogo da corda". Miúdos e graúdos a divertir-se com jogos supostamente "fora de moda" mostrou-nos que as boas tradições (ainda) são para manter!

O jogo da corda (fonte: chatterismidsummerfestival.co.uk)
Corridas de obstáculos tipo "Jogos Sem Fronteiras" (fonte: chatterismidsummerfestival.co.uk)

Outras atracções durante o fim-de-semana incluíram a já habitual falcoaria, uma parada, um concurso de beleza canina (!), uma competição de decoração de bolos e uma não tão habitual demonstração da Força Aérea (Royal Air Force): dois aviões sobrevoaram a baixa altitude o recinto da feira, para deleite geral. Sem dúvida, razões mais que suficientes para um belo dia fora!

Demonstração de falcoaria
Avião da RAF a sobrevoar a feira (fonte: flickr.com/photos/matthalmshaw)
Nota: este é o último post antes da partida para o nosso Portugal, para matar saudades e retemperar forças. O Meu Lado Solar volta em breve com todo o brilho e muito mais para contar!
 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Esperança para a cozinha britânica!

Depois de vários posts a "malhar" na cozinha britânica, chegou o dia de fazer justiça a um belo restaurante britânico que fomos em March (é verdade!).

O seu nome é Plate & Porter e foge completamente à norma dos restaurantes britânicos que todos já conhecemos um pouco.

O Plate &Porter, junto à estação de comboios de March (fonte: plateandporter.co.uk)

Logo ao entrar, sentimos um ambiente muito sereno, uma recepção personalizada do pessoal (todo britânico) e, acima de tudo, um cheirinho a "comida boa" que só nos habituamos a encontrar por estes lados em restaurantes mediterrânicos (italianos, espanhóis, turcos e, claro, portugueses). Aliás, este é um dos pontos mais notáveis: quem já esteve no Reino Unido sabe bem a que cheiram os típicos restaurantes britânicos (e, porque não dizer, as ruas dos restaurantes). Cheiros como a óleo de fritar, caril ou a molhos de qualidade duvidosa como o tão famoso "brown sauce" não entram no Plate & Porter.

A carta do Plate & Porter denota um conhecimento aprofundado da cozinha continental europeia. As entradas eram sofisticadas q.b.e já davam uma indicação do que estava para vir.

Foi surpreendente a execução tão bem conseguida de pratos de marisco, que pensávamos que os britânicos desconheciam. Pois, afinal estávamos enganados.

Um dos baluartes da cozinha britânica é o roasted lamb (cordeiro assado) e este não desiludiu, de maneira nenhuma. Ponto de execução da carne absolutamente brilhante, bem como o molho (de Vinho do Porto!). De repente, pareceu que tínhamos aterrado noutro país. Estaríamos mesmo no Reino Unido?

Em primeiro plano, o cordeiro assado. Ao fundo, uma sapateira (muito bem!) recheada com vários tipos de peixe e marisco
A carta das sobremesas trouxe a surpresa do leite creme (crème brûlée). Leite creme num restaurante britânico??, pensamos nós. E era mesmo verdade. Foi o prato menos conseguido, mas não comprometeu de todo.

Duas versões de leite creme: com uma delícia e gelado de chocolate; com banana flamejada e gelado de banana
Todo o serviço foi extremamente cuidadoso e profissional e, no fim, ficou a sensação de que se passou um grande momento. Talvez o factor "surpresa" tenha contribuído para esta sensação (já passávamos neste restaurante há meses mas não imaginávamos que valesse tanto a pena). A partir daquele dia já passamos a dizer "afinal há esperança para a cozinha britânica" (para além dos "Olivers", "Nigellas" e "Ramsays").

Não é propriamente um restaurante barato, mas também não é excessivamente caro. É o restaurante ideal para uma ocasião especial (e era o caso!). Esperamos voltar em breve!
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Afinal também há Verão no Reino Unido!

Não é novidade para ninguém que o tempo característico do Reino Unido é o céu cinzento durante boa parte do ano. E frequentemente acompanhado de chuva e do nosso mais fiel amigo: o guarda-chuva. Mas nós somos casos raros pois a maioria das pessoas, de tão habituada que está à presença da chuva, anda literalmente à chuva e não parece preocupa-se muito com isso!


Poucos se importam com a chuva no Reino Unido... (fonte: eduluz.worldpress.co)

No ano passado, quando entramos na Primavera, começamos a pensar em passear e conhecer alguns sítios que dos quais nos falaram muito bem e que ficavam relativamente perto de nós (naquela altura a morar em Cardiff). Ora animados pela perspectiva de melhoria do tempo, decidimos marcar um fim-de-semana para passear nas praias do sul do País de Galês, das quais falamos aqui.

Depressa a animação deu lugar à raiva e frustração pois choveu durante os 3 dias do nosso fim-de-semana alargado!! É certo que fomos na mesma conhecer essas praias, assim pelo menos ficamos a saber onde são e que este país também tem boas praias. O problema é só este tempo de "lixo" que nos impede de usufruir delas!


Praias de Gales (no Gower e em Swansea)

No entanto, ao contrário do ano passado em que o Verão passou completamente ao lado do Reino Unido, este ano o Sol tem marcado a sua presença praticamente todos os dias desde meados de Junho! Tem sido um Verão e tanto, até para os padrões portugueses! Até já fomos à praia (e com Sol)! Não tomamos banho é certo, porque também não estava assim tão quente para isso! Mas matar saudades de passear na areia, sentir o cheiro do mar e o Sol a bater-nos na cara é algo que é difícil se que conseguir por estes lados (e quase nos fez sentir em Portugal!).


Clacton-on-Sea, Essex, Inglaterra

Portanto viva o Verão do Reino Unido! Deixamos um conselho que aprendemos para "dias de praia" no Reino Unido: nada de fazer planos antecipados, marcando férias a contar ir à praia por estes lados. O melhor que têm a fazer é: acordar de manhã, olhar pela janela e constatar que está Sol logo "bora" para a praia! E rápido antes que mude!

Ir à praia no Reino Unido ainda não é a mesma coisa...mas estamos a fazer progressos!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Centro de Saúde Online

Há poucos dias recebemos no nosso e-mail (e aposto que muitos de vós também) uma mensagem do Ministério da Saúde sobre o Portal do Utente.

Esta plataforma pretende agregar dados sobre o nosso histórico médico, de forma a ser mais fácil o seu cruzamento entre instituições de saúde. Também permite coisas úteis, como a marcação de consultas no nosso centro de saúde, pedidos de repetição de medicação crónica e a definição de contactos de emergência.

Pois bem, já não foi a primeira vez que fomos confrontados com este tipo de plataforma. A uma escala local, o nosso centro de saúde (GP surgery) já implementou este sistema! Aquando do nosso registo, foi-nos dado um par "número de utilizador+senha" que nos permite aceder ao portal do centro de saúde. Lá podemos interagir com o centro de saúde de várias formas: para marcar consultas, renovar medicação já prescrita e alterar dados pessoais. Isto ajuda bastante, pois todos sabemos o quão difícil é conseguir arranjar tempo para fazer isto pessoalmente. Mais ainda com os horários e pontualidade britânicas! De uma forma mais convencional, os centros de saúde do Reino Unido vão mandando pelo correio "convocatórias" para testes como Papanicolau (cervical smear test, como eles chamam cá), mas não deve demorar muito a ser através do portal ou por e-mail.

Cá ou lá, o "online" é o passo certo na relação entre o utente e os serviços de saúde. Ainda que exista sempre aquele "friozinho" da partilha de dados confidenciais (e do seu acesso indevido e/ou para práticas comerciais duvidosas), isto permite um "win-win": alivia filas e permite melhor gestão aos centros; reduz desperdícios de tempo aos utentes. Esperemos que a nossa opinião não mude!...
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Persianas, para que vos quero!

Um "pormenor" que salta à vista mal se chega ao Reino Unido, mas do qual nunca falamos aqui, são as persianas. Ou melhor, a falta delas!

Sem persianas nem cortinas: mais regra que excepção no Reino Unido (fonte: dailymail.co.uk)
Desde sempre fomos habituados, culturalmente, a ter persianas em casa. Com isso, protegemo-nos não só "visitas indesejadas" mas também da luz do dia quando nos deitamos. Isto é tão óbvio e banal em Portugal como o seu contrário por estes lados!

Por aqui não há persianas e, espanto dos espantos, frequentemente nem sequer cortinas! Não é fácil nos primeiros tempos adormecer com tanta luz e tê-la a entrar pela janela tão cedo, mas o hábito acaba por chegar. Quanto às cortinas, não é fácil tirar conclusões. Parece-nos evidente que o espírito de "coscuvilhice" no Reino Unido é bem menor que em Portugal. Mas o que nos parece mais é que, em geral, as pessoas estão-se "nas tintas" para o que os outros pensam delas ou sobre o que estão a fazer. Isso nota-se bem nas ruas: mesmo num sitio pequeno como March não faltam "seres extravagantes" e nem por isso as pessoas mais idosas param para ver. Ou se param, é para se rirem um bocado. Estão a ver isto em Portugal?

Não estamos a dizer que apreciamos especialmente a cultura do "quanto mais doido, melhor". Simplesmente, é uma forma diferente de encarar a vida. E só cá estando é que o poderíamos descobrir!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Nottingham e a floresta de Sherhood

Quando pensamos em Nottingham pensamos imediatamente no Robin dos Bosques e no inefável xerife. A floresta de Sherwood preencheu a imaginação de muitas gerações e, hoje em dia, mantém ainda bem viva a lenda.

A estátua de Robin Hood, junto ao Castelo de Nottingham

Vivendo a 120 km de Nottingham, era uma questão de tempo e oportunidade até lá irmos. Nottingham está situado bem no coração de Inglaterra, nas chamadas Midlands (Terras Médias). É uma cidade de média dimensão, semelhante a tantas outras por aqui, no meio de uma imensa planície verde.

Uma diferença interessante é a existência de metro de superfície (tram). É muito raro encontrar uma cidade com tram no Reino Unido, sendo que das grandes cidades apenas Birmingham, Nottingham, Manchester e Sheffield o têm.

O tram a passar na Antiga Praça do Mercado (Old Market Square) (fonte: railway-technology.com)
Em termos de transportes (e mobilidade em geral), Nottingham está mesmo no topo. A oferta de transporte público e as facilidades de "park-and-ride" (bastante económico e frequente) são difíceis de bater em Inglaterra (pela nossa experiência!).

As atracções principais do centro da cidade são o complexo do Castelo (e, adjacente, a icónica estátua de Robin dos Bosques que mostramos acima) e a Antiga Praça do Mercado (Old Market Square).

Parte da muralha do Castelo de Nottingham

A entrada principal do Castelo
A Antiga Praça do Mercado (Old Market Square)

A arquitectura é predominantemente tradicional, mas uma zona da cidade está a expandir-se com arquitectura bastante vanguardista.

O parque da Ciência de Nottingham, em plena expansão (fonte: nottinghamsciencepark.co.uk)
O museu de Arte Contemporânea (Nottingham Contemporary) (fonte: http://worldeventyoungartists.com)
É uma cidade universitária e, portanto, cheia de juventude e frenesim. Parece ser uma excelente cidade para viver e trabalhar, ainda que esteja longe de deslumbrar (por comparação com Cambridge e Cardiff, por exemplo).

Não tivemos a oportunidade para ir à floresta de Sherwood pois ela não é propriamente perto da cidade de Nottingham. Na verdade, é 35 km a Norte (mas ainda no condado de Nottingham - Nottinghamshire). Certamente valerá a pena, pois é uma Royal Forest carregadinha de história. Para além da lenda de Robin dos Bosques, a floresta tem como ícone um carvalho com cerca de 1000 anos e 23 toneladas (!): o Major Oak. Fica para breve, quem sabe!

O Major Oak (fonte: Wikipedia)