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sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma aventura no Consulado de Portugal

Um passo importante para quem chega de terras lusas a um novo país é a inscrição no Consulado de Portugal. Importante porque dá conhecimento da nossa presença no país (o que é muito útil no caso de uma emergência), mas também porque é o passo prévio para qualquer outro acto consular que seja necessário. Entre outros, o pedido/renovação/alteração do cartão de cidadão ou passaporte são actos consulares que requerem a inscrição prévia no Consulado. Daí, esta é uma formalidade que se pode ir adiando mas, mais cedo ou mais tarde, vai acabar por ser necessária. Então, para não deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, lá encetamos os passos necessários para a inscrição consular.

Ao pesquisar as experiências de vários tugas na blogosfera (Tuga em Londres, London Calling, Londonices), logo percebemos que não ia ser tarefa fácil. Para começar, é preciso marcar com uma antecedência significativa (por email, telefone ou fax) a ida ao Consulado e dizer exactamente o que se quer lá ir fazer! Para cada pedido, uma marcação! Tudo isto devido à crescente afluência de portugueses a estas bandas e de outras pessoas que não falam uma palavra de português mas que tem direito à nacionalidade portuguesa por via das nossas antigas colónias no Oriente…

Já de “pé atrás”, contactamos o Consulado de Portugal em Londres por email. A resposta veio dois dias depois: tomavam nota do pedido, mas a marcação teria de ser feita com o Consulado de Portugal em Manchester, visto vivermos em Cardiff! Estranho, pensamos nós, Londres é mais perto de Cardiff que Manchester, porque raio temos de ir a Manchester? A resposta é aceitável: Manchester fica a 60 km da fronteira com o Norte do País de Gales, logo toda a gente que more em Gales tem de lá ir (mesmo que more a 280 km, como nós!). Contactamos então o consulado de Manchester e marcamos a ida. Como nunca tínhamos ido a Manchester, até se tornou uma boa oportunidade para conhecer (apesar das limitações de tempo de uma viagem de um só dia!).

A marcação foi feita para as 9.15 horas o que significou na prática ter de apanhar um comboio às 4.35 da manhã... o que por sua vez implicou que tivéssemos acordado às 3 da manhã! A viagem começou mal, pois alguém da companhia dos comboios adoeceu e foi preciso substitui-lo, o que significou uma partida com atraso de meia hora. Mas, extraordinariamente, o comboio recuperou o atraso e ainda chegou 3 minutos antes do horário previsto a Manchester Piccadilly (a estação principal de comboios de Manchester), às 8.07 minutos!

O Consulado de Portugal em Manchester está situado em pleno coração da cidade, no segundo piso de um edifício bem bonito, como as imagens documentam.



(A renda é que não deve ser bonita, mas o défice paga…)

A experiência no Consulado, ao contrário do que nós próprios imaginávamos, foi muito boa! Ao chegarmos, reparamos que não havia fila, estava um sossego e não demoramos mais que cinco minutos a ser atendidos. Na frente visível do Consulado estavam quatro funcionários. A funcionária que nos atendeu foi extremamente simpática e solicita, e tudo decorreu sem problemas. Um outro funcionário também nos esclareceu as dúvidas que tínhamos e inclusivamente aconselhou-nos a fazer o recenseamento eleitoral naquele instante, o que nos poupa uma viagem a Manchester de propósito para o efeito. Foi, portanto, uma boa experiência, que contrasta com os tenebrosos relatos sobre o Consulado de Portugal em Londres. O facto de o Consulado de Portugal em Manchester ter sido inaugurado em 2006 e de nesta zona (talvez!) existirem menos portugueses deve justificar a fluidez do serviço. Só por isso valeu a pena ir a Manchester em vez de Londres.

Ainda antes das 10 da manhã estávamos despachados e tivemos assim cerca de 8 horas (a viagem de regresso era às 18.30 horas) para dar uma volta pela cidade de Manchester. O centro da cidade é bastante compacto e é relativamente fácil de chegar às principais atracções a pé. Para vos abrir o apetite aqui ficam algumas fotos do centro da cidade e da zona ribeirinha.



Apesar de ser nitidamente uma cidade vibrante e cosmopolita, confessamos que preferimos “cá em baixo”…são gostos!

A viagem de regresso correu bem pior que a de ida…um acidente numa das primeiras estações em direcção a Cardiff parou toda a circulação e transformou uma viagem de 3 horas e meia numa viagem de 5 horas! 8 horas e meia de viagem em menos de 24 horas é dose, mas pelo menos valeu a pena!