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domingo, 20 de março de 2016

A Primavera está ai!

Os dias estão a crescer e quanta diferença não faz sair do trabalho em plena luz do dia!

Mas a imagem mais marcante por estes dias é a Natureza a sair da hibernação. Um dos primeiros sinais por cá é o irrompimento massivo de narcisos! Beiras da estrada, rotundas, jardins, campos ... estão por todo o lado!


Não sendo uma flor que nos tenhamos habituado a ver em Portugal, cedo percebemos que é uma flor de predilecção no Reino Unido (particularmente em Gales, onde é a flor nacional!). O motivo é mais que justificado e faz mais sentido a cada ano que cá passamos. Quando vemos os narcisos sabemos que a Primavera está a chegar. É uma flor que irrompe em Janeiro e Fevereiro, quando as condições meteorológicas ainda são bastante agrestes, e quando chegamos a Março é esta maravilha por todo o lado.

Nowton Park em Bury St Edmunds (fonte: suffolkmag.co.uk)

St. John's College em Cambridge (fonte: alamy.com)
St James's Park em Londres (fonte: dailymail.co.uk)
É assim uma flor bastante inspiradora, plena de esperança.

Uma Primavera cheia de luz para todos!

domingo, 19 de janeiro de 2014

"Passou-bem"... ou não!

É de conhecimento geral que os portugueses são vistos como um povo hospitaleiro pelos que nos visitam! Esta afirmação só faz sentido na existência de um ou vários pontos de comparação. É que, por sua vez, os povos do Norte da Europa são vistos como frios e pouco amigáveis a quem vem de fora.

No caso dos britânicos, pensamos que não é bem assim: são um povo mais acolhedor considerando a maioria dos que tivemos e temos o gosto de conhecer, seja através de viagens ou conhecimento pessoal. São regra geral abertos a conhecer o outro e isso é o primeiro passo do acolhimento. Mas isso não significa que não haja diferenças bem vincadas!

As diferenças começam no cumprimento: muito raramente temos apertos de mão ou beijinhos (e só um, se houver). Abraços, ainda menos! Aqui normalmente só existem estes cumprimentos "formais" quando as pessoas se conhecem ou após uma longa ausência. No dia-a-dia, não há cumprimentos para além um "bom dia" ou "boa noite" (se tivermos sorte, pois há muita gente que entra e sai como se nada fosse ou ninguém estivesse lá...). Esta é uma marcada diferença cultural, que não tem muito a ver com ser-se muito ou pouco educado: é como é. Fomos criados de forma diferente e estranha-se bastante ao início, mas passa, ou não fossemos portugueses!

Ainda assim notamos diferenças quando comparando as regiões do Reino Unido onde vivemos. Por exemplo, no País de Gales é comum as pessoas meterem conversa no autocarro ou à espera dele na paragem, principalmente as pessoas de mais idade, fazendo conversa sobre o tempo ou sobre o seu destino naquele dia. Já em Inglaterra isso não se nota, chegando mesmo a "tocar" a indiferença pois ninguém quer saber da vida do outro (e isso pode ser bom ou mau, claro). Estilo de vida ou diferenças na educação são duas explicações possíveis para estas diferenças. Mas claro que nós estranhamos esta mudança quando viemos morar para Inglaterra. Mas já encontramos por aqui excepções (sem a influência do álcool!), pois aqui toda a gente é muito amigável depois de alguns pints de cerveja!E certamente a maior parte das pessoas interessa-se, têm sim uma forma diferente de o demonstrar.

Também, devido ao facto das pessoas praticamente não comerem durante o dia, não há aquela desculpa da pausa de almoço, em que as pessoas se juntam e falam (de trabalho ou não). Portanto, cada um encontra o ritmo ou altura certa para comer qualquer coisa e depois retoma ao serviço. Isto é mais ou menos comum a todos os sectores de actividade por aqui! Sejam lojas, escritórios, universidades, hospitais, ... é assim. Isto estende-se às pausas para café, que por cá não existem, visto que a toda a hora é hora de café e chá (canecas bem cheias, claro). Isso é que é mais difícil de nos habituarmos, ai o nosso cafézinho...

Ou seja, não há aquele contacto mais "amigável" durante o dia, como há em Portugal (o que nem sempre é bom, como sabemos). Mas nunca pior. Ao fim de algum tempo já nem se pensa nisso! Mas isto não significa conformismo. Bem gostávamos que fosse diferente, mas como a nossa terra... só a nossa terra!


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

As gaivotas urbanas

Diz-se que a necessidade aguça o engenho. Mas isto não se aplica apenas aos humanos!

Uma gaivota "normal"

Gaivotas "britânicas"

Um destes dias, estávamos no comboio e deparámo-nos com um cenário muitas vezes visto por cá: à falta de peixe, as gaivotas "arremedeiam-se" com fish & chips. E quem sabe se não lhes sabe melhor! Não tem espinhas e ainda tem acompanhamento!

Este é um cenário muito comum por cá e, em alguns sítios, é quase uma praga. Isto era bem visível (e audível) em Cardiff, onde peritos julgam existir a maior população de gaivotas do mundo! Elas comportam-se como aves de rapina, sempre prontas a voar a pique em direcção ao seu takeaway favorito. Com os perigos que todos percebemos. Claro que grande parte disto se deve à incapacidade de muitos colocarem o lixo no seu devido sítio... Mas nem sempre: elas andam sempre à caça e podem mesmo "atacar" quem esteja muito descansado a comer!

Nunca fomos "roubados" por uma gaivota, mas realmente todo o cuidado é pouco, pelo menos por cá. Foi em Cardiff que pela primeira vez ouvimos falar em "gaivotas urbanas", da mesma forma que também existem "raposas urbanas" (que se especializam em fast food em vez de caçar frangos e galinhas - assim já as comem panadas!). Esperemos que isto não se "pegue" a Portugal!

Nham nham!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Afinal também há Verão no Reino Unido!

Não é novidade para ninguém que o tempo característico do Reino Unido é o céu cinzento durante boa parte do ano. E frequentemente acompanhado de chuva e do nosso mais fiel amigo: o guarda-chuva. Mas nós somos casos raros pois a maioria das pessoas, de tão habituada que está à presença da chuva, anda literalmente à chuva e não parece preocupa-se muito com isso!


Poucos se importam com a chuva no Reino Unido... (fonte: eduluz.worldpress.co)

No ano passado, quando entramos na Primavera, começamos a pensar em passear e conhecer alguns sítios que dos quais nos falaram muito bem e que ficavam relativamente perto de nós (naquela altura a morar em Cardiff). Ora animados pela perspectiva de melhoria do tempo, decidimos marcar um fim-de-semana para passear nas praias do sul do País de Galês, das quais falamos aqui.

Depressa a animação deu lugar à raiva e frustração pois choveu durante os 3 dias do nosso fim-de-semana alargado!! É certo que fomos na mesma conhecer essas praias, assim pelo menos ficamos a saber onde são e que este país também tem boas praias. O problema é só este tempo de "lixo" que nos impede de usufruir delas!


Praias de Gales (no Gower e em Swansea)

No entanto, ao contrário do ano passado em que o Verão passou completamente ao lado do Reino Unido, este ano o Sol tem marcado a sua presença praticamente todos os dias desde meados de Junho! Tem sido um Verão e tanto, até para os padrões portugueses! Até já fomos à praia (e com Sol)! Não tomamos banho é certo, porque também não estava assim tão quente para isso! Mas matar saudades de passear na areia, sentir o cheiro do mar e o Sol a bater-nos na cara é algo que é difícil se que conseguir por estes lados (e quase nos fez sentir em Portugal!).


Clacton-on-Sea, Essex, Inglaterra

Portanto viva o Verão do Reino Unido! Deixamos um conselho que aprendemos para "dias de praia" no Reino Unido: nada de fazer planos antecipados, marcando férias a contar ir à praia por estes lados. O melhor que têm a fazer é: acordar de manhã, olhar pela janela e constatar que está Sol logo "bora" para a praia! E rápido antes que mude!

Ir à praia no Reino Unido ainda não é a mesma coisa...mas estamos a fazer progressos!

terça-feira, 16 de abril de 2013

A costa de Norfolk

No passado fim-de-semana parece que meio Portugal foi "tirar as teias-de-aranha" à praia, após meses de tempo inclemente. E nós não quisemos ficar atrás!!

Apesar de nos últimos meses o tempo por cá ter sido bastante bonzinho (nada comparado ao horror de 2012), não esteve particularmente "quente". E continua a não estar. Mas o solzinho de Primavera convidou a conhecer a zona costeira mais próxima de March: a costa de Norfolk.

As praias de Norfolk, com destaque para Brancaster. March está também assinalado (fonte: tournorfolk.co.uk)
Fomos à praia de Brancaster que, segundo havíamos lido, era um extenso e fino areal, convidativo a um belo passeio a pé. E não era publicidade enganosa!


A praia de Brancaster
Claro que o tempo estava mais para fato de esquimó do que de banho, mas neste país há sempre "crentes". E que são convertidos logo em bem tenra idade!
Mamãs a voltar de levar as meninas a tomar banho...
Uma particularidade desta praia é que ela com frequência "deixa de existir": em maré alta, o areal é engolido pelo mar até bem acima do parque de estacionamento! Nem mesmo as vastas dunas o impedem...
O fim da praia. Reparem que a areia está cheia de conchas e algas, indicadores da presença do mar
O aviso não engana: isto acontece mais de vez em quando do que de quando em vez...
É, portanto, uma praia "molhada" e não o estereótipo "tuga" de praia "papo para o ar e torrar". Óptima para uma corrida ou um passeio com os cães (que são bem-vindos nesta praia).




Anexo à praia temos um clube de golfe com quase 6 km (!) de comprimento, o Royal West Norfolk Golf Club.

O Royal West Norfolk Golf Club
Sem dúvida esta costa é um óptimo motivo de passeio e uma boa surpresa! Contudo, comparando com a costa do Sul de Gales, esta "não chega lá". Mas dá para enganar a saudade e sonhar com a "nossa" praia: com Nortada, mas orgulhosamente "nossa"!
 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A educação "positiva"

Este post é dedicado a algo que me deixou "chocada" logo nos primeiros dias de trabalho, mas em linha com o que já me vinha deparando no dia-a-dia. Mais do que falar em diferenças culturais, queremos aqui falar de diferenças educacionais bem vincadas entre as nossas crianças e as crianças do Reino Unido.

Desde cedo que todos os pais ensinam aos seus filhos o que é certo e o que é errado, a diferença entre o bem e o mal, o que eles podem ou não fazer. A isto chamamos impor limites e definir claramente até onde as crianças podem e não podem ir. Consequência disto é o facto de, quando a criança passar esses limites, sofrer uma consequência para aprender a lição e não voltar a repetir a "gracinha" na próxima vez. Naturalmente, que falamos aqui de consequências negativas tais como castigos (ex.: ir directamente para a cama logo que acabe de jantar, ficar sem ver TV durante 3 dias, etc.).

Pois bem, aqui no Reino Unido, as coisas não são bem assim. Lido diariamente com crianças e adolescentes bem difíceis, que constantemente testam todos os limites e mais algum. E que lhes acontece? Nada, na verdade. E eles sabem bem disso. A lógica no Reino Unido é reforçar os comportamentos socialmente aceitáveis e não prestar atenção aos comportamentos erróneos, através do pressuposto da extinção desses comportamentos pela desvalorização dos mesmos. Resultado? Não há consequências negativas para estes miúdos! É mesmo assim e não estou a exagerar! É assim que as coisas funcionam por cá, foi-me dito. Quando queremos que um miúdo faça alguma coisa ele tem de receber sempre alguma coisa em troca para o fazer. Por exemplo, para arrumar o quarto tem de receber dinheiro (5 libras, por exemplo). E perguntam vocês: mas eu arrumo o meu quarto e ninguém me paga? Pois é, mas aqui os miúdos são educados maioritariamente assim. Mas há um ou outro limite que conseguimos estabelecer. Por exemplo, a proibição do consumo de refrigerantes e bebidas altamente açucaradas (e "cafeínadas") como o Red Bull. Sabem o que disse um profissional de saúde aquando de uma visita? Que esta regra era um atentado aos direitos das crianças! Imaginam isto? Ainda bem que se trata de um profissional da saúde e não do ensino, pois assim não corremos o risco dele ensinar um filho nosso!

Mas tudo isto deixa-nos a pensar bastante sobre ter e educar os nossos filhos neste país tão diferente do nosso, e o infantário/escola onde o colocar. Uma coisa é certa: filho nosso vai saber a diferença entre o que pode e não pode fazer e que se ultrapassar o limite é castigado. Nisto Portugal está milhares de anos-luz à frente do Reino Unido!
 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Como se livrar de companhias indesejadas em Inglaterra!

Hoje, para comparecer a uma reunião de serviço, fui obrigada a acordar às 6h para fazer 3h de viagem (para cada lado!...). Mas isso não foi o pior de tudo!

Após uma viagem de 2h "e picos" de comboio, com as respectivas mudanças de comboio e pausas entre eles, fiz "uma corrida de táxi" que se veio a revelar, no mínimo, caricata. Depois de fazer conversa de circunstância sobre o tempo que se fazia sentir, o taxista (britânico, surpreendentemente, nos seus quarentas) perguntou-me de onde eu era e há quanto tempo estava no Reino Unido. Disse-lhe que era portuguesa e que estava cá há 1 ano. De seguida perguntou-me porque motivo tinha trocado um país como Portugal, com sol, boas praias e comida, pelo Reino Unido. A minha resposta foi algo do género "a vida às vezes tem destas coisas", sem entrar em mais pormenores porque o homem não tinha nada com isso! Entretanto, o taxista começou a dizer que este país era uma treta e que não tinha coisas boas, queixou-se do tempo, da Rainha, enfim, de tudo e mais alguma coisa. Disse-lhe que aqui, tal como em Portugal ou noutro país, há coisas positivas e negativas, mas que isso faz parte da vida. De volta à carga, pergunta-me onde estou a viver e se vou ficar na cidade muito tempo. Por esta altura comecei a ficar "azul". É que ele continuou a escalar a "cusquice"! A dada altura, perguntou se eu conhecia mais alguma coisa aqui no Reino Unido. E, sem querer, resolvi o meu problema! Dei uma resposta vaga, dizendo que já morei no País de Gales antes de vir morar para Inglaterra. Falei da cidade que nos acolheu e foi a nossa casa durante 8 meses e da qual temos muitas saudades: Cardiff, é claro! Disse-lhe que sentia muita falta da simpatia das pessoas, das paisagens e do movimento da cidade em si! Aqui a sua expressão mudou, ficou furibundo e começou a dizer mal do País de Gales e dos galeses. A dizer que não tinha nada que ver e que não gostava! E cortou, não me disse mais nada!

Ora pois bem, quem quiser ver um inglês chateado e acabar com uma conversa inoportuna, nada como dizer que País de Gales é que é! Até porque é bem verdade! Ainda havemos de voltar para lá um dia!

Enquanto isso temos de nos contentar com a vida no countryside, rodeados de gado e campos de perder de vista...
 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Fake it in private

Traduzido literalmente: "falsifica-o em privado". Sem meias tintas! Mas o que é que se falsifica em privado?


Voltemos a Cardiff e vejamos esta loja, com este sugestivo letreiro. É nem mais nem menos que um solário!

É um solário que vai directo ao assunto! Pois é mesmo isso que eles fazem: pôr as pessoas a "aldrabar" em privado. Pondo de parte a questão ética de "incentivar a mentira", vamos deter-nos na questão da ida aos solários. O que infelizmente também é verdade para a generalidade do povo britânico (e parte do povo português!) é que o seu tipo de pele é o chamado "tipo I". O "tipo I" é definido por uma cor de pele muito clara e pela frequente presença de sardas.  É também característico destas pessoas cabelos ruivos, castanhos ou loiros e olhos claros (azuis, verdes, ...). É uma fisionomia com que contactamos frequentemente. Estas pessoas queimam com frequência e muito raramente bronzeiam, como sabemos. Lamentavelmente muitos por aqui querem ainda assim reverter a Mãe Natureza e ser "morenos" à força. Podemo-vos garantir que aquilo a que chamamos pejorativamente "moreno de sarro" em Portugal é uma brincadeira comparado com algumas coisas que vemos por cá. Falsificação em excesso, bom gosto em defeito...

Genuinamente, pensamos que é uma pena. Os britânicos nascem especialmente bonitos: tipicamente loirinhos, muito branquinhos, e com olhos claros. Mas logo que crescem querem-se definir por um ideal de beleza que não é o da sua cultura, seguramente por bons motivos, não os discutimos. Mas simplesmente... não dá. Entretanto, o negócio vai florescendo e seguramente o trabalho dos dermatologistas também.
 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O elixir da juventude!...

Calma! Não descobrimos nenhuma fórmula mágica que faça o tempo parar ou voltar para trás (estes cabelos brancos...). Simplesmente, descobrimos que afinal até somos bastante novinhos! Tudo graças a este "elixir":

O "vinho de cereja" (cherry wine)
Este "vinho de cereja" (11.5% vol. álcool) é assim uma espécie de ginjinha "dos pobres". Achamos piada no supermercado por acharmos parecido com a "nossa" ginjinha. Decidimos arriscar, mesmo sabendo que a nossa ginjinha é diferente pois é um licor.

Ao chegar à caixa, as nossas compras começaram a ser registadas até que chegou a vez do licor. Notei logo uma cara esquisita da caixa (nativa, cerca de 20 anos). Ela hesitou e perguntou discretamente a outra colega se o que estava a registar era álcool e o que devia fazer. E a outra caixa: "ask for ID" ("pede a identificação"). Bem, nesta hora já estávamos cheios de vontade de rir. A rapariga lá pediu a medo a nossa identificação e realmente não podíamos estar mais felizes em mostrá-la! Não sabíamos que éramos tão novos! ;) No Reino Unido a idade mínima para se comprar álcool é 25 anos (se bem que olhando para as ruas e para os pubs não pareça verdade...). Divertidos, lá mostramos a nossa identificação. "Barely 30!", disse eu. A rapariga lá viu a nossa identificação e nunca mais olhou para nós, num misto de vergonha e falta de "fair play".

Foi um momento bem engraçado, mas infelizmente os anos não pararam aos 25. Ah, e o "vinho de cereja" podia ser bem melhor...
 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nunca é tarde para se ser jovem!

Algo que nos surpreendeu ao chegar ao Reino Unido é a disponibilidade e a facilidade com que os mais velhos aderem à tecnologia.

Senhora a usar o iphone 4 (fonte: guardian.co.uk)
É muito frequente vermos no Reino Unido pessoas com idade para serem nossos avós a utilizar activamente smartphones e tablets. E não só para telefonar: é muito frequente vê-los a navegar pelas notícias, no e-mail ou no Facebook. Nunca vimos nenhum a tweetar, mas é uma questão de tempo!

Recentemente, numa das minhas agora frequentes viagens de comboio, sentou-se à minha beira uma senhora de respeitável idade. Inesperadamente, poucos minutos depois, saca ela do seu ipod verde alface para curtir um som. Quão provável é isto acontecer em Portugal?

O impacto social e os (baixos) custos relativos da tecnologia ajudam em parte a esta imensa abertura. Por outro lado, não podemos ignorar os contextos relativos de Portugal e Reino Unido nos últimos 60 anos (após a 2ª Grande Guerra). As gerações que daí emergiram, fizeram-no em condições bem diferentes e com vivências muito dispares. Naturalmente os nossos idosos não tem o poder económico nem o acesso ao conhecimento que os britânicos têm. Certamente há coisas bem mais importantes que a tecnologia, mas não hajam dúvidas que é uma diferença que ressalta imenso para quem chega de Portugal.
 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A ementa nas cantinas escolares

Escrever sobre comida no Reino Unido é verdadeiramente um filão inesgotável. Já falamos do assunto por diversas vezes e pensámos sempre que é a última. Até à vez seguinte...

Desta vez, "tropeçamos" neste anúncio no jornal oficial do Cardiff Council. É, nem mais nem menos, a ementa das cantinas das escolas primárias públicas de Cardiff. Podem e devem fazer zoom para verem melhor.


Vejamos o caso do primeiro dia.


Ora a escolha é entre pizza Margherita (caseira!) ou Jacket Potatoes. Quem é cliente habitual aqui do blog já conhece esta "iguaria" da cozinha britânica. Se escolherem Jacket Potatoes, podem optar por um dos seguintes recheios: atum ou feijões cozidos! Como acompanhamento, ou batatas em cubos com ervas ou feijões cozidos. Desde logo salta à vista a (falta de) diversidade da refeição, para não falar da qualidade das escolhas!

Outro dia. Desta vez a escolha é entre almôndegas (com molho de carne, molho de tomate com queijo ralado ou vegetarianas) e... sardinhas "na torrada" (!!) com puré de batata e ervilhas.


De uma forma geral, estas três semanas de ementa demonstram uma grande falta de diversidade (nutricionistas que nos estejam a ler, manifestem-se!), de gosto (dizemos nós) e até de sentido pedagógico, visto estarmos a falar de crianças a partir dos seis anos... se não se orientar o gosto das crianças desde o berço, não será quando forem adultas que se vai corrigir isso! E, infelizmente, isso continua a não acontecer nas cantinas de Cardiff. Não ignoramos que em Portugal os tempos também já foram outros a este respeito e que as nossas cantinas não são um primor, mas não estamos neste ponto e espero que não o atinjamos!

Claramente, a nossa visão revela um choque cultural: estamos habituados a um determinado tipo de cozinha, a um nível de exigência com a alimentação que nos foi incutido desde bem cedo. Contudo, há uma coisa que não é dependente das diferenças entre os nossos países: a Roda dos Alimentos.


Infelizmente a distribuição destes sectores por aqui é bem diferente. E não tem de ser assim, pois tudo o que vêm na Roda encontra-se aqui! É só querer...

Para finalizar, vejam esta notícia de há alguns meses em que uma menina de 9 anos na Escócia criou um blog para colocar fotos e respectiva classificação (de 0 a 10) da comida da cantina da sua escola. Não demorou muito a ser "censurada"...
 

domingo, 12 de agosto de 2012

Pequenos paraísos, uma grande descoberta!

Serão as Caraíbas? Hawaii? Sri Lanka? Não, é mesmo o Sul de Gales!!

Barafundle Bay
É no Sul de Gales, bem pertinho de nós, que se encontram as melhores praias de todo o Reino Unido. E que praias! São essencialmente praias selvagens, praticamente inacessíveis, encravadas em falésias, criando um inesperado e deslumbrante contraste entre Campo e Mar. São estes os encantos de Gales a que nos referimos aqui e que tivemos o privilégio de descobrir há poucas semanas.


Ver mapa maior

Estas praias estão situadas desde a costa de Swansea até Fishguard, Pembrokeshire, que podem encontrar no mapa acima.

Three Cliffs Bay

Uma das nossas preferidas fica junto a Swansea e chama-se Rhossili Bay.


Rhossili Bay

É ou não é linda? É um extenso areal, bastante fino, rodeado de falésias e que se prolonga por outra praia, Llangennith, que é um "santuário" local de surf.

Infelizmente o tempo por cá é o que é e não deu propriamente para "fazer praia". É esta imprevisibilidade do tempo um dos grandes motivos de termos tantos britânicos a fazer férias no Sul da Europa. Não os censuramos...

É uma verdadeira aventura partir à descoberta destes pequenos paraísos, por planícies e planaltos salpicados por gado, sobes-e-desces constantes, ruas sinuosamente estreitas e, claro, conduzindo à esquerda. Mas, no fim, tudo vale a pena!

Freshwater West
Broad Haven
Praia de Tenby
Marina de Tenby, com a praia ao fundo

Tivemos também a oportunidade de conhecer um parque natural bem no centro do País de Gales, Brecon Beacons (a mancha verde a norte de Cardiff no mapa acima).


Cascata de Sgwd Clun Gwyn

Brecon Beacons é um dos postais de visita do Reino Unido, pelas suas vastas paisagens e vales verdejantes, bem a lembrar o nosso Gerês, por exemplo. E talvez por isso não nos tenha encantado tanto, pois achamos que temos pelo menos tão bom como isto no nosso Portugal!
 

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Museu de St. Fagans: muito especial e tão pertinho de casa

O Museu de St. Fagans leva-nos a viajar desde os tempos célticos até à época moderna. Desde que abriu as suas portas em 1948, que é a atracção mais visitada em todo o País de Gales. Isto não é exagero e nós vamos aqui demonstrar porquê!

Este Museu, localizado numa pequena aldeia a oeste de Cardiff, iniciou-se quando uma família abastada cedeu o seu palacete de raiz Normanda à cidade e, a partir daí, foram sendo transplantadas de todo o país uma enorme quantidade de edifícios (desde habitações, casas de convívio, lojas várias, escolas, monumentos e até uma portagem!), que retratam todos os aspectos da vida do povo de Gales.

Este Museu tem a particularidade de ser ao ar livre, o que é muito agradável. No entanto, tendo em conta o "Verão" que se faz sentir por estes lados, a sua visita teve de ir sendo adiada e repartida no tempo (fomos lá em duas tardes para vermos tudo com calma).

Deixamos aqui um "cheirinho" da nossa visita a este museu, sem sombra de dúvida, o nosso preferido!


Como podem ver, o espaço é bastante amplo e diversificado, retratando vários períodos/épocas da história do povo galês. É perfeitamente aconselhável a famílias com crianças (é bastante interactivo) e a todo o público em geral. Ah, está acessível a qualquer pessoa, porque a entrada é gratuita e está aberto todos os dias do ano das 10h às 17h (excepto Natal, Ano Novo e feriados da Páscoa).

Por isso, se estiverem pelo País de Gales, não deixem de visitar este museu porque é bem diferente do que estamos habituados a ver!

sábado, 30 de junho de 2012

Tafwyl: a celebração da língua galesa

Por ocasião da Tafwyl, a celebração anual da língua galesa em Cardiff, voltamos a um tema já abordado aqui: o galês.

O galês, a língua própria do País de Gales, quer estar de novo na moda e sem dúvida está em crescimento! Isto deve-se em grande parte a políticas implementadas nas últimas décadas, tais como a obrigatoriedade do ensino do galês (ou mesmo do ensino EM galês em muitas escolas) até ao 12º ano! A vontade em preservar e, mais ainda, fazer crescer a língua da "terra dos meus pais" (como é intitulado o hino nacional de Gales) em Cardiff manifesta-se no evento anual Tafwyl, integrado este ano pela primeira vez no Festival de Cardiff (mais pormenores sobre este festival nas próximas semanas!).

Desde 2005 que este evento de uma semana é organizado em Cardiff, cidade onde o inglês sempre foi predominante. O ponto alto é uma feira que, dado o seu forte crescimento, decorreu pela primeira vez nos jardins do castelo de Cardiff.

Ao contrário do Joust!, de que falamos há poucos dias, a vertente comercial existia mas não predominava. Abundavam as actividades lúdicas para miúdos mas também demonstrações culinárias para graúdos, pequenos cursos introdutórios de galês, sessões literárias e de autógrafos, teatro de rua, dois espaços musicais com artistas galeses entre muitos outros pontos de interesse.

6. Prysurdeb Maes Tafwyl, Caerdydd 2012

5. Castell Caerdydd, Tafwyl, 2012

4. Colorama - Tafwyl, Caerdydd, 2012
Fotos retiradas do Flickr de Rhisiart Hincks
O evento estava bem organizado e o espaço foi muito bem escolhido! O "problema" para nós foi... a língua oficial do evento! Até nos bares se comunicava com os funcionários em galês! O lema do evento era "Inglês não entra" (a não ser para não britânicos, como nós, naturalmente). É um pouco estranho mas até é divertido, até porque estamos habituados a ver a maior parte daquelas pessoas falar inglês como nativos no dia-a-dia e, de repente, passam a falar uma língua estranhíssima e aparentemente incompreensível!

Se querem mais alguns exemplos, vejam esta estação de comboios no norte de Gales.

A parte a branco da placa diz-nos como deve ser lido... (fonte: Wikipedia)
E uma ajudinha para a pronúncia da mesma estação, caso precisem!


Ajudou? ;) Este é um caso extremo, é certo, mas só existe porque a língua o permite!

Para quem estiver à vontade com o inglês, recomendamos este vídeo de um rapaz a mostrar como é engraçada esta ambivalência inglês/galês!


terça-feira, 19 de junho de 2012

A nossa visita ao Festival de Llandaff

No mês passado falamos sobre a Catedral de Llandaff e do seu festival aqui. O festival decorreu entre os dias 9 e 17 de Junho e nós fomos lá "dar um saltinho" em duas ocasiões distintas. A primeira, um concerto de um trio de jazz, que apesar de ter uma composição bastante jovem, sabia muito bem o que fazia! Aqui ficam algumas fotos. 

Pormenor dos instrumentos antes do concerto no interior da Catedral de Llandaff

Os músicos no fim de uma das suas actuações
O agradecimento ao público no final do concerto

O outro evento foi um recital de piano de um pianista britânico (Matthew Drinkwater) em fase de ascensão e aperfeiçoamento, e cujo talento é inegável aos olhos de qualquer pessoa. Se quiserem saber mais e deliciarem-se com um áudio de uma das suas actuações, vejam o seu site. Aqui ficam também algumas fotos.

O pormenor do piano no interior da Catedral de Llandaff
O pianista no final de uma das suas actuações 




A forma como o som se perpetua ao longo da Catedral torna estes eventos ainda mais especiais! Sem dúvida, este festival é uma pequena maravilha escondida do grande público e que recomendamos a todos!
 

sábado, 16 de junho de 2012

Os pubs: uma paragem obrigatória!

Aproveitando o facto da nossa Selecção estar em acção por estes dias, vamo-vos falar dum dos ex libris do Reino Unido: os "pubs". Os pubs, por aqui, são como se diz numa publicidade em Portugal: podia-se viver sem eles, mas não era a mesma coisa!

O Juno Lounge, bem pertinho do Roath Park
Em Portugal estamos habituados a vê-los como bares irlandeses com decoração rústica onde se bebe uma boa Guinness (ou uma Super Bock, claro!) enquanto se ouve música céltica/folk ou se vê um jogo da bola. Pelo menos no Norte de Portugal, no Algarve a realidade é diferente...

Por cá, a disseminação destes bares é de tal ordem que é até difícil escolher onde ir! Não vamos fazer nenhuma análise sociológica do fenómeno e da importância que estes espaços têm para o pessoal de cá, vamos apenas falar-vos um pouco de como são e como funcionam. Regra geral, os sítios são muito agradáveis, com muito bom ambiente mesmo em alturas de "pico" (no País de Gales são mesmo os jogos de rugby, nem que sejam amigáveis, esqueçam lá o Euro 2012!).

Infelizmente, a grande parte dos pubs pertence a uma ou duas cadeias, o que torna tudo um pouco mais industrial (principalmente a comida, que quase sempre é mais do mesmo...mas que fazer, o cliente é quem manda!). Mas há sempre sítios muito arranjadinhos e personalizados a uma breve caminhada de distância, onde podemos, para além de beber uma geladinha e ver rugby ou futebol num dos milhentos ecrãs espalhados pelo espaço, navegar na Internet e jogar jogos familiares (monopólio, scrabble, 4 em linha, ...) gratuitamente, jogar uma bilharada ou simplesmente recostarmo-nos no sofá e ouvir um pouco de música ao vivo (vários dias por semana encontram-se destes eventos e, regra geral, não se paga entrada).

Pormenor do interior do Pear Tree, também nos arredores do Roath Park
Um dos nossos pubs preferidos é bem no centro da "noite" de Cardiff: o Prince of Wales. Este pub é um reaproveitamento de um antigo teatro (que fechou portas como tal em 1946), o que torna este espaço particularmente peculiar.

Pormenor do interior do Prince of Wales: o antigo palco
Tem dois pisos e no de cima ainda se encontram os restícios de uma outra vida do espaço.

A cortina do palco e os camarotes no Prince of Wales. A estrutura metálica é para o projector.
A plateia, no topo dos dois pisos do Prince of Wales.
Definitivamente, um local de passagem obrigatório! Apenas uma nota: é melhor ir lá de Domingo a Quinta, pois Sexta e Sábado a área circundante torna-se o "belo" espectáculo que reportamos aqui e aqui ...