quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

David Bowie

Bowie deixou-nos esta semana, com o inesperado que sempre o caracterizou.

Gerações de seguidores (nos quais nos incluímos) ficam órfãs de um ícone, muito mais que um simples músico. E a música so por si é um motivo mais que suficiente. Nunca me hei-de esquecer do dia que vi/ouvi "Ashes to Ashes", com Bowie vestido de palhaço num cenário cheio de cor e situações estranhas (assim pensei na altura), Tantas camadas, tanto por baixo da superfície que se vai sempre descobrindo, com novos sentidos... não é assim com todos os artistas que perduram e passam para além da morte, como diria Pessoa?

O Reino Unido (e por esse mundo fora, suponho!) parou para chorar e homenagear o artista. Lembro-me da primeira vez que cheguei ao Reino Unido e senti o contraste nas ruas, a sensação que parecer/vestir/viver "diferente" não tinha mal". Com o tempo notámos que mesmo em sítios tão pequenos e "geriátricos" como March há tanta extravagancia quanta tolerância nas ruas, mesmo sendo este país ainda relativamente conservador. Uma grande lição! Quanto disso não será influência de Bowie? Ele trouxe cor, criatividade, inspiração e desafio a um país acinzentado pelo pós-guerra e em crise económica. Libertou amarras. Consensualizou a diferença. E contagiou o Mundo. Quanto do que nos acompanhou culturalmente nos últimos 30 ou 40 anos (e tanto admiramos) não foi, directa e indirectamente, influenciada por David Bowie?

Mural de Bowie em Brixton (Londres), no dia da sua passagem (fonte: standard.co.uk)
Muito obrigado por tudo David! Que descanses em paz.

P. S.: Um feliz 2016 para todos, pleno de realizações e de felicidade.
 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O dia das bruxas também aconteceu cá em casa!

O Halloween ou Dia das Bruxas, tal como o conhecemos em Portugal, foi importado do outro lado do Atlântico, dos Estados Unidos da America, onde por vezes parece ser mais festejado que o Natal!

É certo que o Halloween tem raízes remotas em celebrações dos povos celtas, mas o "Carnaval" de hoje em dia é uma criação americana. Os britânicos, bem antes dos portugueses, importaram esta tradição de braços abertos, fazendo cada vez mais crescer o impacto deste evento na Europa. De ano para ano a sua importância parece crescer, caminhando assim a passos cada vez mais largos para ser uma celebração mundial!

Este ano decidimos dar o "benefício da dúvida" ao evento e "estragar" uma preciosa abóbora (elas só aparecem a sério nesta altura do ano, mas não para culinária!...). Quisemos ver como era a experiência e se a nossa opinião sobre o dia das bruxas mudava. Fizemos tudo como manda a tradição: pusemos o "sinal" à porta da casa, uma abóbora enfeitada com uma luz lá dentro. Claro que as nossas "carving skills" (habilidade para recortar a abóbora) são bastante limitadas, mas para primeira tentativa não nos saímos muito mal. Fica aqui a foto da nossa abóbora enfeitada e acesa para darem a vossa opinião.



Claro enfeitarem a vossa abóbora não chega, é preciso ter várias guloseimas, pois é tudo sobre "doçura ou travessura". Guloseimas compradas e abóbora devidamente enfeitada e com luz, temos de estar preparados para uma maratona de idas a porta para receber as crianças que perguntam doce ou travessura (ou simplesmente "Happy Halloween").

Este ano entramos verdadeiramente no espírito do Halloween e abrimos a porta a dezenas de crianças da vizinhança que nos visitaram em pequenos grupo, sempre acompanhadas por adultos, durante quase 3 horas. Mas foi uma surpresa bastante agradável pois todas elas eram bastante educadas e diziam obrigada pelo doce. Além de olharem para mim muito tímidas quando lhes dizia que podiam tirar outro doce se quisessem! E mesmo depois de termos retirado o nosso sinal (abóbora com luz) tivemos crianças que nos continuaram a visitar, pois ficaram rendidos aos nossos brigadeiros de chocolate, assim como muitos dos seus pais! Tal foi o sucesso que já decidimos melhorar as nossas "carving skills" para o próximo ano! Quanto mais não seja pelo espírito de comunidade e partilha que nos caracteriza como portugueses!

Para o ano prometemos mais e melhor dia das bruxas! Ate lá aproveitei a vida e sejam felizes!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Páginas Amarelas


1980? 1990? Não, 2015!

É verdade, em 2015 ainda existem Páginas Amarelas no Reino Unido!

A aparência não é muito diferente daquilo que sempre conhecemos, mas o tamanho sem dúvida: bem mais pequena, certinha para marcos do correio (como o nosso), e fina. Mas não só. O conteúdo também evoluiu. Como podem ver pela capa, o objectivo aqui é focar os pequenos negócios, sem esquecer o "mundo electrónico" (até códigos QR tem!).

A região coberta por esta edição
O negócio das Páginas Amarelas sobrevive como pode à passagem avassaladora dos tempos. Num mundo em que tudo tem de ser "já e agora", não parece haver espaço para as Páginas Amarelas. Um pouco como os diccionários em papel (a não ser para uso académico).

Por outro lado, numa altura em que tudo é global e "se não está na net, não existe" é se calhar sensato voltar às raizes e pensar em quem está à nossa volta. O Reino Unido é ainda um país com uma componente rural bastante evidente, com numerosos (e dispersos) pequenos aglomerados populacionais. O pequeno negócio é assim (ainda) muito relevante por aqui. Ao folhear a lista, tenho de reconhecer os méritos de ter à mão contactos locais para coisas tão práticas como mudanças e reparações nas casas. Vai dar jeito, mais dia menos dia.


Claro que sermos estrangeiros e, portanto, termos poucas referências torna a lista mais relevante, mas mesmo o comum dos britânicos consegue certamente arranjar motivos para não a deitar fora. Nós vamos certamente guardá-la!