quarta-feira, 21 de março de 2012

O tempo que tem feito por estes lados

Há acerca de 2 anos, o Zé falou do tempo em Cardiff, contudo creio que foi uma “pincelada só ao de leve”. Portanto, eu resolvi retomar este tema até porque hoje o meu estado de espírito está a condizer com o tempo, isto é, cinzento. 

Por aqui as temperaturas mínimas e máximas não variam muito, o mesmo é dizer que não existe uma grande amplitude térmica. Mas ainda assim, por estas bandas temos as quatro estações num só dia (não é para todos, não é verdade?!). Ora acordamos com o sol a brilhar ora acordamos com um dia “cinzentão” como o de hoje que nos faz sentir mais as saudades de casa, das pessoas que deixamos em Portugal e do sol. 

Na verdade, quando cá chegamos fiquei agradavelmente surpreendida com o tempo soalheiro que estava. Mas, como se costuma dizer, foi sol de pouca dura pois logo no primeiro dia em que começamos a procurar casa nevou. Claro que não foi assim em tanta quantidade que justificasse umas brincadeiras na neve ou a construção de um boneco-de-neve, mas foi o suficiente para nos fazer sentir e pensar “bem-vindo ao Reino Unido”. 

Entretanto, o frio e a chuva acalmaram e já tivemos alguns fins-de-semana com bastante solzinho, bastante para o Reino Unido claro! Porque para quem está habituado a temperaturas de 30 e muitos graus no Verão isto não é sol que se veja! 

Regra geral, os dias aqui começam cinzentos; por volta da hora do almoço (entre as 13h e as 14h), o sol dá um ar da sua graça (quando está para ai virado, obviamente!) e depois rapidamente fica muito nublado e chove, aquela chuva miudinha e muito chata. Depois pára e regressa o frio mais para a noite. 

Não é muito animador, não é? Mas, na verdade, o tempo é apenas aquilo que é e não deverá constituir motivo de influência sobre o nosso estado de espírito. Pois, afinal o tempo é que aquilo que fazemos dele e com ele. Não concordam?

E citando o meu estimado amigo Fernando Pessoa:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” 

Portanto, há que olhar para o tempo com esperança e acreditar que o futuro só pode ser melhor (mesmo que o presente não seja o mais animador…). Porque ele há-de ser em breve! Nós acreditamos nisso!

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